quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Contra números...não há argumentos!

Dados do INE
Carga fiscal aumentou no ano passado para o nível mais elevado em 13 anos
30.12.2008 - 17h28
Por Lusa

"A carga fiscal dos portugueses aumentou em 2007 pelo terceiro ano consecutivo, encontrando-se em máximos de pelo menos 13 anos, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) hoje divulgados.Os dados do Anuário Estatístico de 2007 mostram que no ano passado a carga fiscal (valor dos impostos e contribuições sociais sobre a riqueza produzida) estava nos 37,5 por cento, mais 0,7 pontos percentuais do que em 2006. "Este aumento da carga fiscal insere-se numa tendência que se verifica desde 1996", refere o INE, acrescentando que esta tendência foi interrompida em 2001 e em 2004. O valor de 2007 é o mais alto da série disponibilizada no Anuário entre 1995 e 2007, ou seja o máximo em pelo menos 13 anos. Nesse período, a carga fiscal portuguesa agravou-se em 5,6 pontos percentuais. As contribuições sociais foram aquelas que viram o seu peso no Produto Interno Bruto (PIB) subir mais (2,2 pontos percentuais, para 12,7 por cento), entre 1995 e 2007, mas o peso dos impostos sobre a produção e importação e dos impostos sobre o rendimento e património também aumentaram a sua importância da riqueza produzida, para 15 e 9,8 por cento, respectivamente."

Revolta do 3 de Fevereiro de 1927

Ficou conhecida como a revolta militar do "reviralho". Foi liderada pelo general Adalberto Gastão de Sousa Dias, tendo como chefe do estado-maior o coronel Fernando Freiria, apoiado por um comité revolucionário, com Jaime Cortesão, Raúl Proença, Jaime Alberto de Castro Morais, João Maria Ferreira Sarmento Pimentel e João Pereira de Carvalho, aparecendo até na conspiração José Domingues dos Santos.
O movimento começou no Porto, a 3 de Fevereiro, mas haveria de fracassar, sobretudo devido a problemas de comunicação com os revoltosos de Lisboa e de Lagos que avançaram em dias diferentes, 5 e 7, respectivamente.
Neste movimento participaram os militares de artilharia aquartelados em Amarante, muitos deles sujeitos ao exílio nos Açores e, posteriormente, em Angola.
Este foi a primeira tentativa de golpe militar após o 28 de Maio.
Esta acabaria por ser, também, a razão da transferência e extinção do quartel militar em Amarante, em 1931.
Acabo de receber estes documentos de uma revista francesa, que não pude identificar, com 4 fotografias do 3 de Fevereiro de 1927, no Porto e em Lisboa, e que não podia deixar de partilhar. Valem, sobretudo, pela ambiência dos golpes desta época.


Lavadeiras - 29

Lavadeiras - Coimbra: No Mondego "Ao pôr do sol"

Belíssimo postal das lavadeiras do Mondego fotografadas num final de tarde. Cliché de F. Pinharanda, Bilhete Postal de Coimbra. Exemplar não circulado.

Trás-os-Montes

NUNO FELIX DA COSTA

Excelente fotografia e excelente postal integrado na colecção "Os fotógrafos portugueses: Nuno Felix da Costa, Trás-os-Montes, 1980, Edições 19 de Abril, Lisboa.

As casas de xisto e madeira de que falava Miguel Torga, os rostos simples e belos do tamanho do mundo, e as ovelhas que desde sempre lá estiveram. Trás-os-Montes em toda a sua grandiosidade e a felicidade de ter a objectiva para registar para todo o sempre este momento.

Lavadeiras - 28

Lavadeiras no Rio Mondego - Penacova

Excelente postal dos anos 70/80 das lavadeiras no Rio Mondego, na belíssima região de Penacova.
Edição Hilda, Coimbra. Exemplar não circulado.

Lavadeiras - 27

Lavadeiras de Caneças - Loures

Belíssimo postal das lavadeiras de Caneças. Edição da Câmara Municipal de Loures - Pelouro do Turismo. Arquivo D.I.R.P./A.A.V. - Impresso na Cromotipo. Exemplar não circulado.

A língua portuguesa é muito traiçoeira

"Fundos de investimento rendem menos que a inflação"

Costuma dizer-se que a língua portuguesa é muito traiçoeira. E por vezes é. E não só quando trocamos os bês pelos vês. Vem isto a propósito do título principal do Jornal de Negócios de hoje: Fundos de investimento rendem menos que a inflação. Percebe-se a ideia mas aqui a língua portuguesa atraiçoou o jornalista!

Quero uma aldeia umas pedras um rio


Quero uma mesa e pão sobre essa mesa
na toalha de linho nódoas de vinho
quero só isso nem isso quero

Quero a casa de terra à minha volta
cães altos na noite a minha mãe mais nova
quero só isso nem isso quero

Quero a casa do forno onde me escondia dos relâmpagos
e trovões quando um ferro no cesto garantia uma feliz cria à
[galinha chocadeira
quero só isso nem isso quero

Quero de novo fundir ao lume os soldados de chumbo que no
[natal me punham no sapatinho
e tirar chouriço e toucinho do guarda-comidas
quero só isso nem isso quero

Quero fazer pequeninos adobes e construir casas pelo quintal
ver chegar o verão e comermos todos lá fora na varanda de
[tijolo
quero só isso nem isso quero

Quero uma aldeia umas pedras um rio
umas quantas mulheres de joelhos brancos esfregando a roupa
[nas pedras
quero só isso nem isso quero

Quero escrever fatais cartas de amor à rapariga dos meus oito
[anos
rasgar essas cartas deixá-las para sempre dentro do tronco oco
[da oliveira
quero só isso nem isso quero
(...)

Ruy Belo
Excerto de, "Quero só isso nem isso quero", in Toda a Terra

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Boas Vindas

As margens do rio são espaços públicos. Abertos. Donde podemos ver este mundo. Este rio.
A partir de hoje, alargamos a tripulação nesta viagem pelas margens do rio a outros olhares e outros perfumes. Dou as boas vindas à Passiflora Maré deixando-lhe o convite para aqui vir sempre... nem que seja só para olhar este rio.

Estatuto dos Açores

Já tínhamos o anticiclone dos Açores. Agora passamos a ter o Estatuto dos Açores a marcar o nosso dia a dia. Ainda por cima, porque se trata de uma barbaridade/anormalidade jurídica ao impor por lei ordinária ao Presidente da República o que a Constituição não impõe. E como se isto não bastasse, a decisão desta maioria passa a valer "para todo o sempre". O que quer dizer que mais nenhuma maioria pode alterar o que acaba de ser aprovado. Será isto democracia? Ou será a ditadura d(est)a maioria? E, como dizia o famoso Diácono dos Remédios, não havia necessidade. Por um lado, obriga-nos a ouvir comentários inenarráveis de representantes de partidos políticos e, depois, comentários aos comentários em que no final já ninguém sabe o que se está a comentar. Por outro, há uma economia em dificuldades, empresas a fechar, pessoas que perdem o emprego e os nossos ilustres representantes (mais de 200!!!) andam preocupados e ocupados com o estatuto dos Açores. Haja Deus!
PS (Post scriptum): Provérbios populares: Cá se fazem cá se pagam; Quem não sabe perder nunca saberá ganhar; Atrás de uma serra está outra; ... (depois lembro-me de mais!)
PS (Post scriptum): Já estou a ver o Dr Jardim a praguejar que também quer. Voltando aos provérbios: Uns são filhos outros enteados; Ou mamamos todos ou não mama ninguém, a que se segue uma referência aos dois Cês: cubanos e colonialistas de Lisboa.

Gosto destas notícias

Maior parque solar fotovoltaico do mundo começou a funcionar em Portugal

"A Acciona Energía colocou em funcionamento o parque solar fotovoltaico da Amareleja (Moura), o maior em todo o mundo com este tipo de tecnologia, após 13 meses de construção. O parque representou um investimento de 261 milhões de euros." - Notícia Lusa.
A gestão da energia, e o acesso a ela, e a gestão da água potável, serão determinantes no Sec. XXI, mais que o petróleo foi no sec. XX.
Gosto destas notícias que representam a busca de alternativas aos combustíveis fósseis, sejam as que nos falam da investigação, sejam as que nos falam da construção de projectos como este que produzirá energia suficiente para abastecer 30.000 lares e evitando a produção anual de milhares de toneladas de CO2 que contribuiriam para o efeito de estufa e o aquecimento global.

Este Mundo está perigoooooooso.

Recomeçou, ou melhor, continua porque nunca chegou a acabar, a tensão entre palestinianos extremistas e israelitas. E se o Mundo estava complicado, perigoso, ficou ainda mais, acicatando ânimos contra a civilização ocidental, leia-se, não islâmica.
Os mercados -essa "coisa"- já reagiram e o petróleo subiu cerca de 10%. E o mais que veremos se o bom senso não acalmar as hostes. Se os israelitas não invadirem Gaza. Se não houver nenhum incidente "diplomático". Se não houver mortes e mortes e mortes. Se...
E quando estava tudo a ver se conseguia sobreviver ao 1º semestre de 2009, quando as taxas euribor e o preço do crude estavam a dar uma ajudinha, aí vai... rockets, mísseis, ...
Este Mundo está mesmo perigoso e em roda livre!
Quem nos pode ajudar?

domingo, 28 de dezembro de 2008

Convento de S. Gonçalo

Convento de S. Gonçalo
Da mesma colecção de fotoselos da Rotep, o nº 48 apresenta um cliché de Foto Camacho, impresso a sanguínea. Apesar de parecer sempre igual, cada fotografia da ponte e do Mosteiro de S. Gonçalo têm sempre algo de novo e diferente. Veja-se o "movimento" no Largo de S. Gonçalo.

Recanto de Amarante

Recanto de Amarante
Em 1961, com o apoio do Engº Pedro Alvellos e da CRTSM, a Rotep editou uma colecção de 20 fotoselos "Recordação de Amarante", impressos a sanguínea, integrada numa colecção de localidades que poderiam ser colocados em folhas de livro, 4 por página, contendo indicações várias como o gráfico da região, planta da localidade, traçado da estrada, texto, etc. Cada carteira de 20 fotoselos custava 7$50. Desses, o nº 50, com cliché de Foto Camacho, apresentava um belo "Recanto de Amarante", já desaparecido.

Nas margens de outro rio


Santarém - Ribeira de Santarém em tempo de cheias

Bilhete Postal Ilustrado dos primeiros anos de 1900 com uma fotografia das ruas da baixa de Santarém inundadas pelo Rio Tejo. As pessoas deslocam-se em pequenos barcos prestando auxílio e evacuando os seus haveres. Fotografia de grande qualidade. Edição Colecção M. Palhoto nº 9. Exemplar não circulado.

Cartão Postal de 23 de Outubro de 1898

Carta de 4 de Fevereiro de 1867

Indecentemente caros

O escritor António Lobo Antunes considerou sábado no Porto que os livros em Portugal são "indecentemente caros", referindo que "há países com maior poder de compra onde são muito mais baratos", como Alemanha, Holanda e Noruega.

Esta afirmação foi feita na cerimónia de entrega do Prémio do Clube Literário do Porto.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Forças Expedicionárias em Moçambique

"TODOS PELA PÁTRIA"

Exortação ao Governador Geral de Moçambique e às forças expedicionárias do seu comando em defesa das colónias dos ataques alemães. Postal da Typ. Annuario Commercial - Praça dos Restauradores. Legenda:
PORTUGAL
"Vereis amor da Patria, não movido
Do premio vil, mas alto e quasi eterno."
Camões - Luziadas.

Banana da Madeira - Campanha de Marketing anos 40

" A BANANA É UM ALIMENTO SÃO"

Postal editado pelo Grémio dos Exportadores de Frutas e Produtos Hortícolas da Ilha da Madeira. Exemplar circulado em 5 de Janeiro de 1953.

Lavadeiras - 26

Amarante - Ponte e Mosteiro de S. Gonçalo


Postal de "Edições Ambar - Porto", (anos 70?). Exemplar não circulado.

Lavadeiras - 25

"MARGENS DO TÂMEGA"

Postal "Margens do Tâmega", a partir do quadro de António Saúde, "Ponte de S. Gonçalo de Amarante", 1930. Edições Latina, Porto. Exemplar não circulado.

Lavadeiras - 24

Lavadeiras de Nice - Paillon

Magnífico postal das lavadeiras de Paillon - Nice, "Héliotype de E. Le Deley, Paris". Exemplar de finais do século XIX, não circulado.

Banana da Madeira - Campanha de Marketing anos 40

O Grémio dos Exportadores de Frutas e Produtos Hortícolas da Ilha da Madeira lançou em 1940 uma colecção de postais de apologia da Banana da Madeira, com uma tiragem de 20.000 exemplares, de que o presente é o nº 1. Editado por Bertrand (Irmãos), Lda - Lisboa. Postal com cores e temas exóticos.

"BANANA DA MADEIRA só por si, proporciona tantas calorias como qualquer destes alimentos, mas é-lhes superior por ser de fácil assimilação e tolerada pelos estômagos fracos." E a comparação é a seguinte: "6 grs de manteiga, 9 grs de lentilhas, 9 grs arroz, 10 grs ervilhas secas, 12 grs queijo, 14 grs feijão, 15 grs vaca, 15 grs safio, 21 grs pão, 23 grs frango, 50 grs batata, 61 grs pescada".

Sidónio Paes - Lição de Domitilla de Carvalho

Lição às alunas do Liceu de Garrett, no 30º dia do falecimento do Sr Dr Sidonio Paes, pela Professora Domitilla de Carvalho, Ofic. Graf. Editoras, Lisboa.
Publicação da lição proferida pela Prof. Domitilla de Carvalho às alunas do Liceu Garrett, obra de exaltação da figura de Sidónio Pais, 9 páginas antecedidas de um poema "Á memoria de Sidonio Paes - Heroi e Santo".

Sidónio Pais - Notas sobre a intervenção de Portugal na Grande Guerra

" Sidónio Pais (Algumas Notas sobre a intervenção de Portugal na Grande Guerra)" Augusto Casimiro, Livraria Chardron, Porto, 1919

A propósito da polémica sobre a participação portuguesa na Grande Guerra, Cunha e Costa, no jornal "Época" e Augusto Casimiro, no jornal "Vitória" - ele próprio um combatente - travam-se de razões, por vezes chegando ao insulto. Augusto Casimiro reune em livro essa polémica picante que mostra sobretudo quanto Portugal estava dividido a propósito da participação na Grande Guerra. As peripécias da entrada de Portugal na Guerra - o sentido da honra -, o Livro Branco, as ordens dos nossos aliados ingleses, os ataques às colónias. "Colónia inglesa diziam inimigos... Falsa neutralidade... Diminuidos perante os aliados, desprezados pelos impérios centrais!" Bernardino Machado hesita. Depois, foi o apresamento dos navios alemães e a declaração de guerra. A preparação das tropas para combater no "milagre de Tancos". A luta diplomática e as jogadas palacianas num país dividido, à beira da bancarrota, em risco de perder as colónias ultramarinas. O Golpe do 5 de Dezembro e o abandono à sua sorte das tropas em Fança. E a opinião corajosa sobre um homem, - Sidónio Pais - nas palavras de Augusto Casimiro, "... o morto que em seu posto caíra, atraiçoado por si próprio ou dominado pela miséria dos que o aplaudiam negando a Pátria."

Uma polémica à "moda antiga".

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Grandiosidade da Serra do Marão

Serra do Marão - Panorâmica Vista do alto de Velão

Ninguém fica indiferente à grandiosidade e beleza do Marão. Tão grande que nos faz sentir pequenos. E lembrar Pascoaes e a sua obra poética, por exemplo, a "Senhora da Noite", "E a noite, onde murmura a nossa origem, Subiu aos cerros do Marão", ou Miguel Torga.
Postal editado pelo Centro de Caridade "Nossa Senhora do Perpétuo Socorro" - Porto, com "fotografia gentilmente cedida pelo Teófilo Rego".

Golfe de Vidago

Golf de Vidago - Portugal

Há dias, pude adquirir este belíssimo postal do Campo de Golfe de Vidago, dos princípos dos anos 50, e que gostaria de compartilhar com todos os amigos daquele simpático Clube.
Postal editado por Vidago, Melgaço & Pedras Salgadas - Porto, postal fotográfico - Cliché de Henrique Manuel. Exemplar circulado em 20 de Setembro de 1952.

O CEP na I Grande Guerra

Os Portugueses na parada do 14 de Julho de 1918

Postal do desfile dos Portugueses do Corpo Expedicionário Português na cerimónia do 14 de Julho de 1918, em Paris. Edição ELD - E. Le Deley, Paris. Exemplar não circulado.

Acórdão da Relação do Porto

Amarante é uma terra de tradições; de cultura, de turismo... uma terra bonita. E quem não ouviu falar em Amadeo (que belo Museu para visitar!), em Pascoaes (o poeta da saudade do futuro e do saudosismo e da Revista Águia), do Abade de Jazente, do S. Gonçalo casamenteiro das velhas (e das novas!), e do vinho verde... da Lai-lai e da Casa das Lérias, sendo que, também aqui, a ordem de importância é arbitrária.

Em véspera de Natal, trago aqui às "Margens do Rio" o famoso Acórdão da Relação do Porto de 11 de Novembro de 1793, a propósito de uma contenda que mete "o cano das Freiras d'Amarante e os Frades da mesma Vila", imortalizado num folheto produzido por Alcino dos Reis, da Casa das Lérias - Confeitaria Amarantina (grande especialista em pastéis conventuais e génio do marketing) nos finais dos anos 40, e que aproveito para dedicar aos amigos e colegas da comunidade jurídica, sugerindo a sua leitura na noite de consoada.

Já agora, deliciem-se com o outro texto, "Uma factura". Serve de recibo.


sábado, 20 de dezembro de 2008

Marginal do Douro - Porto

Ponte D. Maria Pia e marginal do Douro

Magnífico postal da Ponte ferroviária D. Maria Pia, dos primeiros anos de novecentos. Trata-se de um postal particularmente importante pelo retrato que faz das margens do Rio Douro na zona da actual marginal.
Postal editado pela Litografia Lusitana - Gaia - Portugal. Exemplar não circulado.

Carroça de S. Miguel - Açores II

" Carroça de Carneiro - Ponta Delgada - S. Miguel - Açores"

Belíssimo postal com um veículo de tracção animal dos Açores. Com a particularidade de o carro ser puxado por um carneiro. Postal dos anos 20 editado pela Cervejaria Pereira, impresso em Inglaterra. Exemplar não circulado.

António Carneiro no Brasil

" BELAS-ARTES NO BRAZIL"

Folheando a "Ilustração Portugueza" de 28 de Setembro de 1914, encontrei esta reportagem sobre a exposição de pintura de António Carneiro no Rio de Janeiro.
Destaque para a presença do Presidente da República do Brasil, Hermes da Fonseca, que desempenhou funções entre 15 de Novembro de 1910 e 15 de Novembro de 1914 (do Partido Republicano Conservador).
António Teixeira Carneiro Júnior nasceu em Amarante em 16 de Setembro de 1872 tendo falecido em 31 de Março de 1930.
António Carneiro fez o Curso da Escola de Belas Artes do Porto, foi bolseiro em Paris onde frequentou a Academia de Benjamim Constant e J. Paul Laurens.
Ficaram célebres os retratos a sanguínea dos maiores vultos da intelectualidade portuguesa da época, muitos deles publicados em postais ilustrados.

Lavadeiras - 23

Lavando no Lima

Belo postal das Lavadeiras de Ponte de Lima. Edição da Fotografia Marinho, Ponte de Lima.

Lavadeiras - 22

Lavadeiras de Antrain - França

Postal das Lavadeiras de Antrain - França. Edição de E. Mary Rousselière, Rennes, cerca de 1910. Fototipia. Espectacular o carro utilizado para protecção das lavadeiras, semelhante a uma carreta, e que servia igualmente para transportar as roupas.

Lavadeiras - 21

Lavadeiras de Nevers - França

Belíssimo postal das Lavadeiras de Nevers - França. Edition speciale N.G. fototipia animada. Postal circulado em 1908.

Homenagem a Manuel Amaral

Manuel Amaral - Um Homem da nossa Terra

No passado dia 18 de Dezembro, dia em que passavam cinco anos sobre a morte do poeta e escritor Manuel Amaral, a Junta da Freguesia de Cepelos e o CNE Agrupamento 448 Amarante, organizaram uma Homenagem Pública na Rua 31 de Janeiro sendo descerrada uma lápide comemorativa na casa onde nasceu o poeta.

Manuel Amaral nasceu a 31 de Janeiro de 1921 tendo falecido a 18 de Dezembro de 2003.

Deixou uma vasta obra de poesia e prosa donde destacamos "Terra Lavrada" (1953) e "Os Dias Caem Verdes", (1974).

Foi o criador da Bilbioteca de Autores e Assuntos Amarantinos. Colaborou em vários jornais e revistas nacionais e estrangeiros.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Descontentamento(s)

Nos últimos dias surgiu uma notícia curiosa na comunicação social, cujo alcance será seguramente mais vasto, sobre o descontentamento dos professores com a sua profissão e que atingiria 74 ou 75% e que se tivessem oportunidade mudariam de actividade.
E se perguntassem às outras profissões se estão felizes? Se a profissão que têm os realiza pessoal, profissional e financeiramente? Se a pressão a que são sujeitos diariamente os deixa felizes e contentes? E, já agora, se sentem o stress, essa doença que corrói e destrói, se têm necessidade de tomar medicamentos para aguentar o dia-a-dia? E por aí a diante...
E, ainda, naquelas profissões que não dependem dos poderes públicos, se têm receio de não receber o vencimento no final do mês? E o subsídio de natal? E de perder o emprego?
E as profissões liberais? E os empresários? Alguém estará feliz?
Acreditemos no Pai Natal, esse sim, há décadas feliz por trazer a felicidade às criancinhas de todo o mundo e os fazer sonhar!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Revista "Testemunhos"

Revista "Testemunhos - Amarante" nº 1

Aí está o nº1 da Revista "Testemunhos", editada pelo Círculo Lago Cerqueira com Direcção de Pedro Alves Pinto. Na apresentação o director diz que a revista "tem por objectivo divulgar tudo o que contribua para um melhor conhecimento de Amarante da sua região". E continua dizendo que "Neste sentido, publicará estudos sobre acontecimentos, personalidades, movimentos enquadrados dentro de perspectivas económicas, sociais, políticas, culturais ou artísticas relativas à nossa terra e às suas gentes. Testemunhos, pretende ser assim um guardião da nossa memória, um baluarte do nosso futuro."

Neste primeiro número são apresentados oito artigos relacionados com efemérides como o Centenário do Asilo Conselheiro António Cândido, a Exposição Agrícola-Pecuária de 1908, a visita do General Humberto Delgado a Amarante, a delimitação da Vila de Amarante e as lavadeiras do Rio Tâmega.
O preço é de €9.

Postal de Natal

Postal de Natal 2008

O gosto pela cartofilia levou-me a produzir um postal para o Natal de 2008 que pretende, antes de mais, ser uma homenagem ao fotógrafo Eduardo Teixeira Pinto. É um cliché dos anos 60 retratando o Café Bar, com os quadros publicitários de marcas de bebidas tão em voga na época (lembro-me dos da Real Companhia Velha colocados na entrada para a esplanada da Casa das Lérias), a esplanada com as cadeiras que marcaram décadas, as portas, e o largo de S. Gonçalo, o táxi e os reflexos na mala, o empedrado em "paralelo" tradicional.

Uma fotografia lindíssima tirada por mão de Mestre!

Uma palavra de agradecimento ao Manuel Carneiro, da Gráfica do Norte, pelo empenho e cuidado que pôs nesta edição.

Este postal tem uma tiragem de 200 exemplares, numerados, feitos com amizade para todos os que gostam de Amarante.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Oscar Niemeyer faz 101 anos

O arquitecto Oscar Niemeyer Soares Filho, é um dos maiores arquitectos do século XX, autor, entre muitos outros, de vários projectos de Brasília -Palácio do Planalto, Palácio da Alvorada e Edifício do Congresso Nacional, o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, fez parte da equipa de arquitectos que trabalhou na sede das Nações Unidas e, por cá, do Casino Park Hotel, no Funchal.

Oscar Niemeyer nasceu no Rio de Janeiro em 15 de Dezembro de 1907, comemorando hoje 101 anos.
Simples e directo como sempre vai dizendo: "Não me sinto importante. Arquitectura é meu jeito de expressar meus ideais: ser simples, criar um mundo igualitário para todos, olhar as pessoas com otimismo. Eu não quero nada além da felicidade geral".
Cheio de vitalidade e cheio de novos projectos como seja a construção de um novo estádio para o Mundial de futebol de 2014.
Depois de Manoel de Oliveira é agora a vez de Niemeyer mostrar que a juventude não tem idade.

Revista "Testemunhos"

Na próxima quarta-feira, dia 17 de Dezembro, vai ser lançada em Amarante uma nova revista com o título "Testemunhos", sob a direcção de Pedro Alves Pinto.
O primeiro número é dedicado a temas e assuntos amarantinos.
Votos de longa vida a esta nova publicação.

Almada Negreiros

"Quem não viu Lisboa não viu coisa boa"
Almada Negreiros 1943-1945
Painel da Gare Marítima de Alcântara - Lisboa

Almada Negreiros

"As pessoas que eu mais admiro são aquelas que nunca acabam"

Almada Negreiros (1893-1950)

domingo, 14 de dezembro de 2008

Presidente-Rei

Á memória do Presidente-Rei Sidónio Pais
27 de Fevereiro de 1920
Fernando Pessoa

Longe da fama e das espadas, Alheio ás turbas ele dorme.
Em torno há claustros ou arcadas?
Só a noite enorme.

Porque para ele, já virado
Para o lado onde está só Deus,
São mais que Sombra e que Passado
A terra e os céus.

Ali o gesto, a astúcia, a lida,
São já para ele, sem as ver,
Vácuo de acção, sombra perdida,
Sopro sem ser.

Só com sua alma e com a treva,
A alma gentil que nos amou
Inda esse amor e ardor conserva?
Tudo acabou?

No mistério onde a Morte some
Aquilo a que a alma chama a vida,
Que resta dele a nós - só o nome
E a fé perdida?

Se Deus o havia de levar,

Para que foi que no-lo trouxe -
Cavaleiro leal, do olhar
Altivo e doce?

Soldado-Rei que oculta sorte
Como em braços da Pátria ergueu,
E passou como o vento norte
Sob o ermo céu.

Mas a alma acesa não aceita
Essa morte absoluta, o nada
De quem foi Pátria, e fé eleita,
E ungida espada.

Se o amor crê que a Morte mente
Quando a quem quer leva de novo
Quão mais crê o Rei ainda existente
O amor de um povo!

Quem ele foi sabe-o a Sorte,
Sabe-o o Mistério e a sua lei.
A Vida fê-lo herói, e a Morte
O sagrou Rei!

Não é com fé que nós não cremos
Que ele não morra inteiramente.
Ah, sobrevive! Inda o teremos
Em nossa frente.

No oculto para o nosso olhar,
No visível à nossa alma,
Inda sorri com o antigo ar
De força calma.

Ainda de longe nos anima,
Inda na alma nos conduz
- Gládio de fé erguido acima
Da nossa cruz!

Nada sabemos do que oculta
O véu igual de noite e dia.
Mesmo ante a Morte a Fé exulta:
Chora e confia.

Apraz ao que em nós quer que seja
Qual Deus quis nosso querer tosco,
Crer que ele vela, benfazeja
Sombra connosco.

Não sai da nossa alma a fé
De que, alhures que o mundo e o fado,
Ele inda pensa em nós e é
O bem-amado.

Tenhamos fé, porque ele foi,
Deus não quer mal a quem o deu.
Não passa como o vento o herói
Sob o ermo céu.

E amanhã, quando queira a Sorte,
Quando findar a expiação,
Ressurecto da falsa morte,
Ele já não.

Mas a ânsia nossa que encarnara,
A alma de nós de que foi braço,
Tornará, nova forma clara,
Ao tempo e ao espaço.

Tornará feito qualquer outro,
Qualquer cousa de nós com ele;
Porque o nome do herói morto
Inda compele;

Inda comanda, e a armada ida
Para os campos da redenção,
Às vezes leva à frente, erguida
'Spada, a Ilusão.

E um raio só do ardente amor,
Que emana só do nome seu,
Dê sangue a um braço vingador,
Se esmoreceu.

Com mais armas que com Verdade
Combate a alma por quem ama.
É lenha só a Realidade:
A fé é a chama.

Mas ai, que a fé já não tem forma
Na matéria e na cor da Vida,
E, pensada, em dor se transforma
E a fé perdida!

P'ra que deu Deus a confiança
A quem não ia dar o bem?
Morgado da nossa esperança,
A Morte o tem!

Mas basta o nome e basta a glória
Para ele estar connosco, e ser
Carnal presença de memória
A amanhecer;

'Spectro real feito de nós,
da nossa saudade e ânsia,
Que fala com oculta voz
Na alma, a distância;

E a nossa própria dor se torna
Uma vaga ânsia, 'sperar vago,
Como a erma brisa que transtorna
Um ermo lago.

Não mente a alma ao coração.
Se Deus o deu, Deus nos amou.
Porque ele pôde ser, Deus não
Nos desprezou.

Rei-nato, a sua realeza,
Por não podê-la herdar dos seus
Avós, com mística inteireza
A herdou de Deus;

E, por directa consonância
Com a divina intervenção,
Uma hora ergueu-nos alta a ânsia
De salvação.

Toldou-o a Sorte que o trouxera
Outra vez com nocturno véu.
Deus pr'a que no-lo deu, se era
P'ra o tornar seu?

Ah, tenhamos mais fé que a esp'rança!
Mais vivo que nós somos, fita
Do Abismo onde não há mudança
A terra aflita.

E se assim é; se, desde o Assombro
Aonde a Morte as vidas leva,
Vê esta pátria, escombro a escombro,
Cair na treva;

Se algum poder do que tivera
Sua alma, que não vemos, tem,
De longe ou perto - por que espera?
Por que não vem?

Em nova forma ou novo alento,
Que alheio pulso ou alma tome,
Regresse como um pensamento,
Alma de um nome!

Regresse sem que a gente o veja,
Regresse só que a gente o sinta
- Impulso, luz, visão que reja
E a alma pressinta!

E qualquer gládio adormecido,
Servo do oculto impulso, acorde,
E um novo herói se sinta erguido
Porque o recorde!

Governa o servo e o jogral.
O que íamos a ser morreu.
Não teve aurora matinal
'Strela do céu.

Vivemos só de recordar.
na nossa alma entristecida
Há um som que reza a invocar
A morta vida;

E, um místico vislumbre chama
O que, no plaino trespassado,
Vive ainda em nós, longínqua chama
- O DESEJADO.

Sim, só há a esp'rança, como aquela
- E quem sabe se a mesma? - quando
Se foi de Aviz a última estrela
No campo infando.

Novo Alcacer-Kibir na noite!
Novo castigo e mal do Fado!
Por que pecado novo o açoite
Assim é dado?

Só resta a fé, que a sua memória
Nos nossos corações gravou,
Que Deus não dá paga ilusória
A quem amou.

Flor alta do paul da grei,
Antemanhã da Redenção,
Nele uma hora encarnou o el-rei
Dom Sebastião.

O sopro de ânsia que nos leva
A querer ser o que já fomos,
E em nós vem como em uma treva,
Em vãos assomos,

Bater à porta ao nosso gesto,
Fazer apelo ao nosso braço,
Lembrar ao sangue nosso o doesto
E o vil cansaço,

Nele um momento clareou,
A noite antiga se seguiu,
Mas que segredo é que ficou
No escuro frio?

Que memória, que luz passada
Projecta, sombra, no futuro,
Dá na alma? Que longínqua espada
Brilha no escuro?

Que nova luz virá raiar
Da noite em que jazemos vis?
Ó sombra amada, vem tornar
A ânsia feliz.

Quem quer que sejas, lá no abismo
Onde a morte vida conduz,
Sê para nós um misticismo
A vaga luz.

Com que a noite erma inda vazia
No frio alvor da antemanhã
Sente, da esp'rança que há no dia,
Que não é vã.

E amanhã, quando houver Hora,
Sendo Deus pago, Deus dirá
Nova palavra redentora
Ao mal que há,

E um novo verbo ocidental
Encarnado em heroismo e glória,
Traga por seu broquel real
Tua memória!

Precursor do que não sabemos,
Passado de um futuro abrir
No assombro de portais extremos
Por descobrir,

Sê estrada, gládio, fé, fanal,
Pendão de glória em glória erguido!
Tornas possível Portugal
por teres sido!

Não era extinta a antiga chama
se tu e o amor puderam ser.
Entre clarins te a glória aclama,
Morto a vencer!

E, porque foste, confiando
Em QUEM SERÁ porque tu foste,
Ergamos a alma, e com o infando
Sorrindo arroste,

Até que Deus o laço solte
Que prende à terra a asa que somos,
E a curva novamente volte
Ao que já fomos,

E no ar de bruma que estremece
(Clarim longínquo matinal!)
O DESEJADO enfim regresse
A Portugal!

Pessoa, Fernando, Da República (1900-1935), Lisboa, Ática, 1979

Efeméride - 14 de Dezembro

Nesta data comemoram-se as seguintes efemérides:

- A 14 de Dezembro de 1918 foi assassinado na Estação Ferroviária do Rossio, em Lisboa, o Presidente da República, Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais, nascido em 1 de Maio de 1872, em Caminha, filho de Sidónio Alberto Marrocos Pais e de Rita Júlia Cardoso da Silva.
Casou em Amarante em 1895 com Maria dos Prazeres Martins Bessa, sobrinha de Miguel Pinto Martins.
- A 14 de Dezembro de 1952 faleceu Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos, conhecido literariamente como Teixeira de Pascoaes, um dos grandes escritores do século XX. Autor de uma extensa obra, encontra-se traduzido em várias línguas. Nasceu a 2 de Novembro de 1877.

Almada Negreiros




Almada Negreiros

José de Almada Negreiros foi um dos mais ilustres e completos artistas portugueses.
Em 1993 comemorou-se o centenário do seu nascimento tendo os Correios editado em 9 de Março vários postais e selos comemorativos.
Publicamos dois postais máximos: Um com Pormenor de painel da Gare Marítima de Alcântara e outro com Auto-retrato desenhado em 1926.

Lavadeiras - 20

Lavadeiras de Limoges - França

Belo postal das lavadeiras de Limoges, França. Exemplar circulado em 14 de julho de 1917.

Lavadeiras - 19

Lavadeiras da Ericeira

Postal dos anos 70 das lavadeiras da Ericeira, de Fernando P. de Carvalho. Exemplar não circulado.

Lavadeiras - 18

Lavadeiras no Rio Mondego - Coimbra

Belíssimo postal das lavadeiras no Rio Mondego, no Choupal, Coimbra. Editado pela Papelaria Borges de Coimbra sob o nº 31, o presente exemplar circulou em 2 de Abril de 1904.

São visíveis excelentes pormenores do vestuário das lavadeiras.

Lavadeiras - 17

Lavadeiras de Chaves

Belíssimo postal das lavadeiras de Chaves dos princípios de 1900. Editado por Adelino Alves Pereira, da Figueira da Foz, que teve um boa produção de postais entre 1902 e 1917. Exemplar não circulado impresso a sépia.

Lavadeiras - 16

Lavadeiras de S. Tomé

Postal de final dos anos 60 princípio dos anos 70, da ilha de S. Tomé, circulado em 7 de Fevereiro de 1971, cliché de Carlos F.N. Santos.