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terça-feira, 17 de março de 2009

Puffy appearance

Tycho's Supernova Remnant é o resultado de uma explosão estelar registada pela primeira vez há 400 anos pelo famoso astrónomo Dinamarquês Tycho Brahe.

Site: http://apod.nasa.gov/apod/.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Arranque oficial do AIA no Porto

In Expresso on line

Um concerto da Orquestra Nacional do Porto e do Coral de Letras da Universidade do Porto intitulado "Uma viagem pelo sistema solar", e uma palestra da astrónoma Teresa Lago sobre o tema "O que queremos descobrir sobre o Universo?", marcam o arranque oficial do Ano Internacional da Astronomia (AIA 2009) no nosso país.

As iniciativas têm lugar na Casa da Música, no Porto, no dia 31 de Janeiro, resultam de uma parceria entre a instituição e a Sociedade Portuguesa de Astronomia, e encerram (se não chover) com uma sessão de observações astronómicas na Praça da Casa da Música.

Compreender como é constituído e como funciona o Universo é o objectivo da palestra de Teresa Lago. Quanto ao concerto, dirigido por Martin André, será acompanhado pela projecção de um filme preparado expressamente para o evento.

Segundo a organização nacional do AIA 2009, já estão agendadas 300 iniciativas em todo o país, que poderão chegar às mil até ao final do ano, envolvendo centros de Ciência, escolas e autarquias.

A "Noite da Astronomia", marcada para 15 de Julho, é o principal evento do ano, com actividades em todo o país, e propõe aos municípios que desliguem as luzes de iluminação pública no centro das cidades durante uma hora e convidem a população para as ruas de modo a experimentarem a ausência de poluição luminosa. A "Noite de Astronomia" integra-se no projecto mundial Dark Skies Awareness, da organização mundial do AIA 2009.

Quanto às iniciativas nacionais, as mais originais são, para já, um desfile de Carnaval no Funchal dedicado à Astronomia, o "Encontro de Astronomia com Gastronomia" (Exploratório de Coimbra) e o "Acampamento com as Estrelas" (Centro de Multimeios de Espinho).

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Ano Internacional da Astronomia arranca hoje em Paris

Notícia "Expresso online"

A iniciativa, patrocinada pela ONU, UNESCO e União Astronómica Internacional, é coordenada por um português, Pedro Russo, e marca os 400 anos das primeiras observações de Galileu através de um telescópio

Prémios Nobel e cientistas de renome mundial participam hoje na sede da UNESCO, em Paris, na cerimónia oficial de abertura do Ano Internacional de Astronomia (AIA 2009), onde estão presentes mais de 600 pessoas, incluindo 200 jovens estudantes provenientes de 100 países e representantes governamentais.
Depois da abertura oficial segue-se uma conferência que vai abordar os temas "Astronomia: História e Cultura", "De Galileu (400 anos) a Apollo (40 anos)" e "Astronomia moderna: descobertas das nossas origens", e uma conferência de imprensa com o famoso astrofísico Hubert Reeves, o Nobel da Física Bob Wilson e a presidente da União Astronómica Internacional, Catherine Cesarsky, entre outros.
O AIA é coordenado por um astrónomo português, Pedro Russo, e patrocinado pela ONU, UNESCO e União Astronómica Internacional, coincidindo com os 400 anos das primeiras observações do espaço celeste feitas por Galileu com um telescópio astronómico. O objectivo da iniciativa é promover a observação do céu e criar uma plataforma para informar o público sobre as descobertas mais recentes na Astronomia, assim como demonstrar o papel central que esta ciência pode desempenhar na educação científica.
Amanhã, sexta-feira, as cerimónias continuarão com a conferência e novos temas: "Estrelas: vida e morte", "Buracos negros e Espaço" e "Observação remota". Haverá ainda uma videoconferência ao vivo com os astrónomos do VLT (Very Large Telescope), um dos maiores telescópios do mundo, localizado no Deserto do Atacama (Paranal), no Chile, que pertence ao Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla inglesa).
Na videoconferência Hubert Reeves falará sobre 'A questão dos universos paralelos' e o astrónomo francês André Brack sobre 'A maior questão de todas: a procura de vida extraterrestre'.
Portugal é membro do ESO, o que permite aos nossos astrónomos usarem regularmente tempo de observação nos telescópios gigantes do Chile e participarem em projectos europeus.
No nosso país, a abertura oficial do AIA 2009 está marcada para 31 de Janeiro na Casa da Música, no Porto e inclui uma palestra da conhecida astrofísica Teresa Lago, professora da Universidade do Porto, um concerto da Orquestra Nacional do Porto - que vai interpretar obras sobre a temática da astronomia, como 'Os Planetas', de Gustav Holst - e uma sessão de observação astronómica.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Na Sombra de Saturno

O planeta Saturno e o seu majestoso sistema de anéis visto pela nave-robot Cassini, durante um eclipse solar, em cuja observação foram descobertos novos aneis. Visivel com espectacular detalhe, no entanto, é o anel E de Saturno, originado pelas recentemente decobertas fontes de gelo da Lua Enceladus, sendo o anel mais externo visivel na imagem.
Longe na distância, visivel na imagem à esquerda imediatamente sobre o conjunto de anéis principais e mais brilhantes, está o mais insignificante "pale blue dot" da Terra.
http://apod.nasa.gov/apod/

domingo, 4 de janeiro de 2009

Na magnólia das nebulosas

Além da Terra, além do Céu,
no trampolim do sem-fim das estrelas,
no rastro dos astros,
na magnólia das nebulosas.
Além, muito além do sistema solar,
até onde alcançam o pensamento e o coração,
vamos!
vamos conjugar
o verbo fundamental essencial,
o verbo transcendente, acima das gramáticas
e do medo e da moeda e da política,
o verbo sempreamar,
o verbo pluriamar,
razão de ser e de viver.
(Carlos Drumond de Andrade)

sábado, 3 de janeiro de 2009

Voa, cavalo, galopa mais


Quero um cavalo de várias cores,
Quero-o depressa, que vou partir.
Esperam-me prados com tantas flores,
Que só cavalos de várias cores
Podem servir.
Quero uma sela feita de restos
Dalguma nuvem que ande no céu.
Quero-a evasiva - nimbos e cerros -
Sobre os valados, sobre os aterros,
Que o mundo é meu.
Quero que as rédeas façam prodígios:
Voa, cavalo, galopa mais,
Trepa às camadas do céu sem fundo,
Rumo àquele ponto, exterior ao mundo,
Para onde tendem as catedrais.
Deixem que eu parta, agora, já,
Antes que murchem todas as flores.
Tenho a loucura, sei o caminho,
Mas como posso partir sozinho
Sem um cavalo de várias cores?

Reinaldo Ferreira

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

POEMA PARA GALILEU

Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano,
aquele teu retrato que toda a gente conhece,
em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce
sobre um modesto cabeção de pano.

Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.
(Não, não, Galileu! Eu não disse Santo Ofício.
Disse Galeria dos Ofícios).

Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.
Lembras-te? A ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria...
Eu sei... Eu sei...
As margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.
Ai que saudade, Galileu Galilei!

Olha! Sabes? Lá em Florença
está guardado um dedo da tua mão direita num relicário.
Palavra de honra que está!
As voltas que o mundo dá!
Se calhar até há gente que pensa
que entraste no calendário.

Eu queria agradecer-te, Galileu,
a inteligência das coisas que me deste.
Eu,
e quantos milhões de homens como eu
a quem tu esclareceste,
ia jurar - que disparate, Galileu!-
e jurava a pés juntos e apostava a cabeça
sem a menor hesitação
-que os corpos caem tanto mais depressa
quanto mais pesados são.

Pois não é evidente, Galileu?
Quem acredita que um penedo caia
com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da praia?
Esta era a inteligência que Deus nos deu.

Estava agora a lembrar-me, Galileu,
daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo
e tinhas à tua frente
um guiso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo
a olharem-te severamente.

Estavam todos a ralhar contigo,
que parecia impossível que um homem da tua idade
e da tua condição,
se estivesse tornando um perigo
para a Humanidade
e para a Civilização.

Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,
e percorrias, cheio de piedade,
os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.
Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,
desceram lá das suas alturas
e poisaram, como aves aturdidas - parece-me que estou a vê-las -,
nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.

E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal
qual
conforme suas eminências desejavam,
e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal
e que os astros bailavam e entoavam
à meia-noite louvores à harmonia universal.

E juraste que nunca mais repetirias
nem a ti mesmo,
na própria intimidade do teu pensamento, livre e
calma,
aquelas abomináveis heresias
que ensinavas e escrevias
para eterna perdição da tua alma

Ai, Galileu!
Mal sabiam os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno
mundo,
que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,
andava a correr e a rolar pelos espaços
à razão de trinta quilómetros por segundo.

Tu é que sabias, Galileu Galilei.
Por isso eram teus olhos misericordiosos,
por isso era teu coração cheio de piedade,
piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditosos
a quem Deus dispensou de buscar a verdade.

Por isso, estoicamente, mansamente,
resististe a todas as torturas,
a todas as angústias, a todos os contratempos,
enquanto eles, do alto inacessível das suas alturas,
foram caindo,
caindo,
caindo,
caindo,
caindo sempre,
e sempre,
ininterruptamente,
na razão direta dos quadrados dos tempos.

António Gedeão