"Viagem a Pascoaes" - Romance de António Cândido Franco

António Cândido Franco tem dedicado desde 1977 um aprofundado estudo à obra de Teixeira de Pascoaes, sendo actualmente uma das maiores "autoridades" na matéria. Neste seu romance, "Viagem a Pascoaes", Franco retoma os trilhos dessa obra ímpar da literatura portuguesa que é o "Duplo Passeio" de Teixeira Pascoaes, editado em 1942, em que o poeta faz em 1937 uma viagem na companhia de Ângelo César e de António Duarte que o levará a Travassos.
Franco refere a págs 47 que "Não se pode saber quem foi Teixeira de Pascoaes sem se saber de cor os parágrafos do "Duplo Passeio".
Voltaremos a esta leitura, ao "Duplo Passeio", "Á Beira num Relâmpago", e a este excelente livro de António Cândido Franco cuja leitura recomendo.

"Gazetilha Amarantina - Covelense" - Ernesto Carneiro

Foi apresentado ontem o livro "Gazetilha Amarantina - Covelense" de Ernesto Carneiro, filho de Pedro Carneiro e neto de António Teixeira Carneiro. Mais uma dica, neto do fundador da Flor do Tâmega onde trabalhou quase toda a sua vida.

Lembro-me do Sr Ernesto Carneiro, figura incontornável na tipografia mas também nas colaborações que deixava na "Flor do Tâmega" com uma matriz bem popular, carregada de poética bem intencionada, sob o nome de Gazetilha Amarantina.

O Covelo, as pessoas, e o amor das pessoas à sua terra e ao Rio Tâmega.

Nesse tempo, o rio Tâmega fazia parte do quotidiano das pessoas ocupando um papel central nas suas vivências.

Na contracapa pode ler-se:

"Grande pescador de barbos, utilizando linha preta nº 14 da Casa Ferreira da Cunha, cana da Índia e broa da padaria Bota, usufruia o Rio em toda a plenitude, pois nascera, vivera e trabalhara sempre com ele no seu campo de visão".

"Nun'Alvares e o seu monumento" - Augusto Casimiro

De Augusto Casimiro, "Nun'Álvares e o seu monumento", dois artigos e uma carta a D. Luiz Vaz de Almeida, edição de Paulino Ferreira, Filhos, Lda, Lisboa, livro de 41 páginas, editado em 1950.

"...& Economia" - Livro de Murteira Nabo

Acaba de ser lançado no Porto, na Fundação de Serralves o livro "... & Economia", de Francisco Murteira Nabo, reunindo as crónicas que durante os seis anos em que foi Bastonário da Ordem dos Economistas fez para a rádio e jornais.
Estas crónicas refletem uma linha de pensamento, uma visa da sua Ordem, do país e do mundo, na maioria delas, muito actual.
Ao todo são 214 páginas que devemos ter por perto para ajudar a perceber, por exemplo, porque os políticos não ouvem os economistas.
Palavras sábias de um Homem bom, de um bom amigo.

Livro de fotografias "Olhar a Urbe"

Foi hoje apresentado no Auditório da Biblioteca Municipal de Amarante o livro de fotografias "Olhar a Urbe", um olhar sobre as vivências das nossas cidades.

Editado pela Chiado Editora, esta obra apresenta trabalhos de mais de sete dezenas de fotográfos nacionais e estrangeiros que mostram trabalhos de diversas cidades de todo o mundo.

Destaque para a participação do fotógrafo José Carvalho, com 5 fotografias de Amarante.

"Reflections - Painting Porcelain Across Asia" - Arlinda Frota

Ao longo de 130 páginas, Arlinda Frota apresenta-nos dezenas de trabalhos de pintura e cerâmica onde trabalha temas e influências de 3 países da Ásia - Indonésia (62 trabalhos), Coreia (36 trabalhos) e China (19 trabalhos), terminando com 14 trabalhos com temas e influências de Portugal "My Country".

Destaque natural para esta cerâmica representando o navio Escola Sagres produzido especialmente para ser oferecido por ocasião da recente visita deste navio a Jacarta, Indonésia, por ocasião da Comemoração dos 500 Anos da chegada dos portugueses àquele país.

Editado em língua inglesa por Saritaksu Editions, Bali, Indonésia, em Junho de 2010.

"Mataram o Sidónio" - Francisco Moita Flores

Francisco Moita Flores acaba de publicar o livro "Mataram o Sidónio", "um romance que vem da História" e que anda em volta do assassinato do Presidente da República Sidónio Pais, em 14 de dezembro de 1918. Trata-se de uma ficção construída em torno do mito do Homem providencial que terá suspirado as suas últimas palavras "Morro, mas morro bem. Salvem a Pátria" e do relato da sua autópsia elaborada por Asdrúbal d'Aguiar.

Na época a medicina legal estava a dar os primeiros passos e percebe-se ao longo de 295 páginas as forças em jogo. Um romance intenso de uma época intensa, muito ao jeito do romance histórico de Manuel Cardoso, "Um tiro na bruma".

Recorde-se que, como já aqui falamos por diversas vezes, Sidónio Pais está ligado a Amarante pelo casamento com Maria dos Prazeres Martins Bessa, em 1895, na Igreja de S. Gonçalo. Maria dos Prazeres era filha de Vitorino Bessa e sobrinha de Miguel Pinto Martins.

"Por Terras do Norte..."

...
"
- Que soberba, que espantosa coisa!

Foi assim a subida do Marão. Leitor amigo, se a descrição te não agrada, desculpa. A mim próprio ela me desagrda. Há coisas, há espectáculos, há sensações, para cuja síntese descritiva a minha pena humilde e pobre, não encontra facilidades.
O Marão não se descreve. Sóbe-se calado, num silêncio religioso, como se, meninos ainda, recebessemos a primeira comunhão!
A subida do Marão é das coisas mais extraordinariamente impressionantes que um português pode fazer em Portugal. E mesmo lá fora, nas regiões das grandes altitudes, não hão-de repetir-se muitos espectáculos como este."

"Por Terras do Norte...", de João Paulo Freire (Mário), Lisboa, 1926, pag, 112.

"A Defesa da Ponte de Amarante em 1809, nas Invasões Francesas" - Pedro Alves Pinto

Excelente livro organizado por Pedro Alves Pinto e apresentado hoje pelo Círculo Lago Cerqueira, nos Jardins da Casa da Calçada, em Amarante, reunindo um conjunto de textos com "Descrição da Vila de Amarante em 1758" e "A defesa da ponte de Amarante em 1809, nas invasões francesas", e interessantes imagens sobre as Comemorações do I Centenário da Defesa da Ponte, em 1909, que contou com a presença do Rei D. Manuel II.

"Diário Oficial do General Silveira - Invasões Francesas de 1809 em Amarante" - Pedro Alves Pinto

Integrado nas Comemorações da passagem do II Centenário das Invasões Francesas, o Círculo Lago Cerqueira apresentou hoje nos Jardins da Casa da Calçada, em Amarante, o livro "Diário Oficial do General Silveira - Invasões Francesas de 1809, em Amarante".

José Régio "As Encruzilhadas de Deus"

Poema do Silêncio

Sim, foi por mim que gritei.
Declamei,
Atirei frases em volta.
Cego de angústia e de revolta.

Foi em meu nome que fiz,
A carvão, a sangue, a giz,
Sátiras e epigramas nas paredes
Que não vi serem necessárias e vós vedes.

Foi quando compreendi
Que nada me dariam do infinito que pedi,
-Que ergui mais alto o meu grito
E pedi mais infinito!

Eu, o meu eu rico de baixas e grandezas,
Eis a razão das épi trági-cómicas empresas
Que, sem rumo,
Levantei com sarcasmo, sonho, fumo...

O que buscava
Era, como qualquer, ter o que desejava.
Febres de Mais. ânsias de Altura e Abismo,
Tinham raízes banalíssimas de egoísmo.

Que só por me ser vedado
Sair deste meu ser formal e condenado,
Erigi contra os céus o meu imenso Engano
De tentar o ultra-humano, eu que sou tão humano!

Senhor meu Deus em que não creio!
Nu a teus pés, abro o meu seio
Procurei fugir de mim,
Mas sei que sou meu exclusivo fim.

Sofro, assim, pelo que sou,
Sofro por este chão que aos pés se me pegou,
Sofro por não poder fugir.
Sofro por ter prazer em me acusar e me exibir!

Senhor meu Deus em que não creio, porque és minha criação!
(Deus, para mim, sou eu chegado à perfeição...)
Senhor dá-me o poder de estar calado,
Quieto, maniatado, iluminado.

Se os gestos e as palavras que sonhei,
Nunca os usei nem usarei,
Se nada do que levo a efeito vale,
Que eu me não mova! que eu não fale!

Ah! também sei que, trabalhando só por mim,
Era por um de nós. E assim,
Neste meu vão assalto a nem sei que felicidade,
Lutava um homem pela humanidade.

Mas o meu sonho megalómano é maior
Do que a própria imensa dor
De compreender como é egoísta
A minha máxima conquista...

Senhor! que nunca mais meus versos ávidos e impuros
Me rasguem! e meus lábios cerrarão como dois muros,
E o meu Silêncio, como incenso, atingir-te-á,
E sobre mim de novo descerá...

Sim, descerá da tua mão compadecida,
Meu Deus em que não creio! e porá fim à minha vida.
E uma terra sem flor e uma pedra sem nome
Saciarão a minha fome.

Macedo de Cavaleiros Rua a Rua - Manuel Cardoso

O amigo Manuel Cardoso não pára de nos surpreender. Já aqui falamos dos seus mais recentes romances (Tiro na Bruma e O Segredo da Fonte Queimada), hoje trazemos este "livrinho", "rua a rua", que todas as terras deveriam ter.

Trata-se de uma obra editada pela Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros em 2005, com 142 páginas, onde o autor nos leva por bairros, avenidas, praças, largos ruas e travessas, trazendo-se com simplicidade a sua genética, história e estórias, profusamente ilustrado com reproduções de fotografias, muitas delas notáveis.

O amigo António Patrício irá gostar de ver e quem sabe...

Livros para 2010

"Valado dos Frades - Memórias - 3", de Hélio Matias

O Professor Hélio Matias é um bom amigo que, entre muitas outras coisas, vive com enorme intensidade tudo o que diz respeito à sua terra, Valado dos Frades. Conhecemos edições de postais (ele que é um apaixonado da cartofilia), e acabamos de conhecer este livro que de forma exaustiva, elenca os grandes acontecimentos que marcam a história de Valado dos Frades, desde 1259... mas sobretudo nos últimos 150 anos.

Contributos para o estudo da História de Amarante/Gondar, de Luís Coutinho Amaral

Acaba de ser lançado o livro "Contributos para o estudo da história de Amarante/Gondar", de Luís Coutinho Amaral, que reúne a sua colaboração no Jornal escolar "Mem Gundar", da Escola de Chedas, Gondar, entre Dezembro de 1992 e Dezembro de 2001.

Uma excelente homenagem a este grande Amigo e intelectual de grande craveira que nos deixou há já sete anos.

O reconhecimento é um dos mais belos sentimentos do ser humano.

A edição é do Grupo de Amigos da Biblioteca/Museu Municipal de Amarante.

Fotobiografia de Amadeo de Souza-Cardoso

Depois do "Catálogo raisonné - Amadeo de Souza-Cardoso/Fotobiografia - Volume I", da responsabilidade de Helena de Freitas, Catarina Alfaro e Ana Teresa Miranda, editado pela Fundação Caloustre Gulbenkian em 2007, acada de sair uma nova "Fotobiografia de Amadeo de Souza-Cardoso", com textos de Margarida Cunha Belém e Margarida Magalhães Ramalho, da Temas e Debates, Actividades Editoriais, Lda, com direcção de Joaquim Vieira.

Excelente obra, muito bem estruturada e com uma correcta arrumação, apresenta um notável conjunto de fotografias e documentos e algumas revelações interessantes sobre a vida e obra de Amadeo.

Não sendo ainda "A Fotobiografia" é um excelente contributo para a divulgação da vida e da obra de Amadeo, um dos grandes génios da pintura do século XX.

Aliás, estou convicto que quanto mais investigação houver da obra de Amadeo mais ele cimentará a sua posição na vanguarda das correntes da pintura mundial.

"História Literária do Porto através das suas publicações periódicas" - de Alberto Ribeiro dos Santos

Acaba de sair o livro "História Literária do Porto através das suas publicações periódicas", da autoria de Alfredo Ribeiro dos Santos, com prefácio de Fernando Guimarães, editado pelas Edições Afrontamento. Um bom contributo para a referida História Literária do Porto. Recomendo.

"O Caso Mental Português" - Fernando Pessoa

"O Caso Mental Português" é uma obra publicada em 1932 na Revista Fama, onde Fernando Pessoa fala, de forma brilhante, "sobre o estado presente da mentalidade portuguesa".

Recentemente, Paulo Gaspar Ferreira, da "In-Libris - Sociedade para a promoção do livro e da cultura, Lda", do Porto, acaba de reeditar a obra na colecção "Grandes Textículos".

Por nós, seria livro obrigatório nas mesinhas de cabeceira portuguesas.

"Portugal: L'aube de la liberté" - Álvaro Cunhal

Livro de Álvaro Cunhal de 246 páginas editado em França, em Agosto de 1974, pela Editora “Editions Sociales”, Paris, na colecção “Notre Temps”. Cunhal passa em revista temas como a questão agrária, a guerra colonial, Portugal e a Europa, o PCP e o futuro, os perigos da direita, entre outros. Muito interessante. Para ler sem nostalgia.

Eça de Queiroz - Postais ilustrados

Por ocasião da Feira do Livro, encontrei este belíssimo livro organizado por Campos Matos e publicado por Livros Horizonte em 2006. Trata-se de um conjunto de belíssimos postais ilustrados enviados por Eça de Queiroz para sua mulher e filhos.

Ao todo são 44 postais, dos quais quarente pertencem à Fundação Eça de Queiroz e os restantes quatro aos herdeiros de Maria das Dores Eça de Queiroz de Mello.

Imperdível.