segunda-feira, 28 de março de 2022
domingo, 20 de março de 2022
Viagem a Portugal - Viagem a Portugal - Vila Real
quinta-feira, 10 de março de 2022
domingo, 6 de março de 2022
ABRAÇO A SARAMAG0 | exposição de artes plásticas | V. N. de Gaia
Com curadoria de Agostinho Santos, a mostra reúne obras de 19 artistas para além de uma mostra de trabalhos de Violante Saramago Matos, filha do nosso Prémio Nobel, e ficará patente ao público até 30 de abril.
Dentre os artistas representados, destacamos, naturalmente, Fernando Barros, para além de António Bessa, Avelino Rocha, Pedro Calapez, e Zulmiro de Carvalho.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2022
Isto não foi sempre assim. E ainda bem.
Bilhete postal ilustrado dos anos 80 do século passado onde se pode ver o Largo de S. Gonçalo, o Convento e a Torre sineira e a Igreja de S. Domingos.
Nesta altura, havia trânsito nos dois sentidos e estacionamento no Largo de S. Gonçalo.
A esplanada do Café Bar tinha outro mobiliário e era... mais colorida!
Tudo bem diferente do que é hoje.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022
Isto não foi sempre assim. E ainda bem.
sábado, 19 de fevereiro de 2022
O Adeus às Virgens (Romance) | Alexandre Pinheiro Torres
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022
Eunice Muñoz e Rui de Carvalho
quinta-feira, 20 de janeiro de 2022
Eunice Muñoz
Post incompleto escrito em 21/04/2021
Eunice Munõz despede-se dos palcos ao lado da neta
Aos 92 anos, Eunice Muñoz regressa aos palcos, para a última peça da sua vida, ao lado da
neta, Lídia Muñoz.
Em entrevista ao programa da TSF, "Uma questão de ADN", de Teresa Dias Mendes, a atriz faz
revelações sobre o seu percurso e carreira.
Ver em https://www.tsf.pt/programa/uma-questao-de-adn.html
"A Margem do Tempo", com encenação de Sérgio Moura Afonso, é uma peça sem texto, em
que duas atrizes representam a mesma mulher, em épocas diferentes.
A estreia está marcada para dia 20, no Auditório do Teatro Eunice Muñoz, em Oeiras.
Uma Vida de sucesso(s)
Eunice do Carmo Muñoz nasceu em 30 de junho de 1928, em Amareleja, concelho de Moura.
Nascida numa família de actores, viria a estrear-se em 1941, na pela "Vendaval", de Vírginia
Vitorino, com a Companhia Rey Colaço/Robles Monteiro, sediada no Teatro Nacional D. Maria II.
Depois disso, foram mais de sete dezenas de peças de teatro, de 1941 a 2011, mais de três
dezenas de séries de televisão, entre 1957 e 2020, treze filmes, entre 1946 e 2008.
Recebeu diversos prémios e distinções, Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (1981),
Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (1991), Grande Oficial da Ordem Militar de
Sant'Iago da Espada (2010), Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (2011), e Grã-Cruz da
Ordem do Mérito (2018), Medalha de Mérito Cultural (1990).
Doutora honoris causa pela Universidade de Évora, em 2009.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2022
Centenário do Nascimento de António Fernandes da Fonseca | 1921 - 2021
Centenário do Nascimento de A. Magalhães | 1921 - 2021
Postal máximo (postal + selo/vinheta + carimbo) editado pelo Centro de Estudos Amarantinos a propósito do Centenário do Nascimento de A. Magalhães (1921 - 2021).
Centenário do Nascimento de Manuel Amaral | 1921 - 2021
Postal máximo (postal + selo/vinheta + carimbo) editado pelo Centro de Estudos Amarantinos a propósito do Centenário do Nascimento de Manuel Amaral (1921 - 2021).
Centenário do Nascimento de Maria Eulália Macedo | 1921 - 2021
segunda-feira, 27 de dezembro de 2021
Centenário do Nascimento de Alexandre Pinheiro Torres
Deixamos ainda o desafio de leitura de uma das mais de três dezenas de obras publicadas, tomando a liberdade de sugerir "Espingardas e Música Clássica", romance dos anos 60, com locais, tiques e ambiências da nossa amarantidade.
Centenário do Nascimento de Alexandre Pinheiro Torres - 27 de dezembro
terça-feira, 14 de dezembro de 2021
69º Aniversário da morte de Teixeira de Pascoaes
sexta-feira, 6 de agosto de 2021
Centenário do Nascimento do Professor António Fernandes da Fonseca
O Professor António Fernandes da Fonseca nasceu a 4 de agosto de 1921, na freguesia de Gondar, Amarante.
Nascido num país que só lhe permitiu ter acesso à escola primária aos 10 anos de idade, o jovem António teve o apoio presente, dedicado e protector de sua mãe, Rosa Fernandes, e de seu pai, Manuel Ribeiro da Fonseca que em tempos de crise e fome ansiavam por um futuro para o seu filho.
Depois da Escola Primária de Ovelhinha, seguiu-se o Colégio de S. Gonçalo, em Amarante, e o Liceu Rodrigues de Freitas. Cursou Medicina concluindo a licenciatura em 1947 e o doutoramento em 1959.
Como amarantino,
manteve sempre as ligações à terra que o viu nascer, e nunca esqueceu a
importância de ter tido o privilégio de ter conhecido Teixeira de Pascoaes, e
de se ter deixado marcar pela poesia dessa figura maior das nossas letras, e de
privar a ambiência cultural da época em Amarante com Alexandre Pinheiro Torres,
Ilídio Sardoeira, Manuel Amaral, Fernando dos Reis, Teixeira de Queiroz, entre
outros, escrevendo o primeiro livro de poesias “Cantos Saudosos”, em 1940,
impresso na emblemática Tipografia Flor do Tâmega de Pedro Carneiro.
Em definitivo, António
Fernandes da Fonseca marcou de forma indelével o seu tempo e o seu exemplo como
médico, investigador, homem de cultura, político e cidadão de causas perduram
como legado de alguém que esteve à frente do seu tempo e é exemplo a seguir
para as novas gerações de médicos, investigadores e de cidadãos comprometidos
com a sua comunidade.
Foi Director
Clínico do Hospital Conde Ferreira, criou e organizou a partir de 1961 o
Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina do Porto – Hospital de S.
João.
Viveu com intensidade “o dia inicial inteiro e limpo/ Onde emergimos da noite e do silêncio/ E livres habitamos a substância do tempo”, de que falava Sophia.
Quis fazer, ajudar,
ensinar, construir um novo tempo.
Foi deputado. Foi
responsável pela criação dos cursos de psicologia nas Universidades Portuguesas.
Presidiu a uma comissão de “Reforma da Saúde Mental”.
Escreveu dois Tratados
de Psiquiatria e Psicopatologia.
Presidiu à Sociedade
Portuguesa de Psiquiatria, à Assembleia Psiquiátrica de Língua Portuguesa e à
Associação Europeia de Psiquiatria Social. Foi membro da Real Academia de
Medicina de Madrid e “Fellow” da Academia de Medicina e Psiquiatria de Nova
Iorque.
Foi
membro fundador do Centro Transdisciplinar de Estudos de Consciência da
Universidade Fernando Pessoa e coordenador do protocolo dos Cursos de Mestrado em Psicologia entre a
Universidade Luterana do Brasil e a Universidade Fernando Pessoa.
Escreveu psicobiografias dedicadas a grandes figuras - Teixeira de Pascoaes, Fernando Pessoa, Sigmund Freud, Ortega y Gasset, e Ernest Hemingway.
Na mudança do milénio,
revisitou antigas memórias, amores pela terra amarantina e sua cultura,
escrevendo em 2002 um livro Encontros com Teixeira de Pascoaes (Um
regresso ao poeta), em 2004 Contos de um Espírito
Inquieto e em 2007 Poemas Fora
do Tempo (Em memória de Teixeira de Pascoaes).
Pascoaes, sempre
Pascoaes.
António Fernandes da
Fonseca entendia que o seu patrono que um dia lhe escreveu uma simpática carta
agradecendo o seu primeiro livro de poesias merecia mais, muito mais, e
envolveu-se afincadamente no projecto de criação da Fundação Teixeira de
Pascoaes (no qual tive a honra de participar a seu convite) mas que
infelizmente não conseguiu levar a bom porto.
Nesta hora em que prestamos este singelo tributo, com saudade, reconhecemos o homem bom e a sua obra como exemplo para sermos cada dia melhores cidadãos.
(Excertos de comunicação apresentada na sessão evocativa realizada na FMUP/CHUSJ, em 4 de agosto de 2021)
quinta-feira, 29 de julho de 2021
Homenagear um Poeta | Pedro Tamen
A Luz que Vem das Pedras
A luz que vem das pedras, do íntimo da pedra,
tu a colhes, mulher, a distribuis
tão generosa e à janela do mundo.
O sal do mar percorre a tua língua;
não são de mais em ti as coisas mais.
Melhor que tudo, o voo dos insectos,
o ritmo nocturno do girar dos bichos,
a chave do momento em que começa o canto
da ave ou da cigarra
— a mão que tal comanda no mesmo gesto fere
a corda do que em ti faz acordar
os olhos densos de cada dia um só.
Quem está salvando nesta respiração
boca a boca real com o universo?
Morreu Pedro Tamen *
Pedro Tamen, 86 anos, morreu hoje em Setúbal, onde estava hospitalizado. Dedicou mais de 50 anos à poesia, longamente premiada, mas sem abdicar do vício da tradução.
Pedro Tamen estreou-se em 1956 com "Poema para todos os dias", em
edição de autor, pouco antes de assumir a direção da editora Moraes, até 1975 e
onde dinamizou a coleção "Círculo de Poesia".
A extensa obra poética foi coligida em diferentes ocasiões, nomeadamente em
"Tábua das Matérias" (1991) e "Retábulo das Memórias"
(2013), com cerca de mil páginas, coligindo 19 livros e poemas soltos.
Pedro Mário de Alles Tamen, nascido em Lisboa em 1934, licenciou-se em
Direito na Universidade de Lisboa, mas não exerceu; integrou o jornal Encontro,
da Juventude Universitária Católica, foi cineclubista, professor do ensino
secundário, diretor-adjunto da revista Flama e editor em O Tempo e o Modo.
Nos anos 1970 integrou ainda a primeira direção da Associação Portuguesa de
Escritores.
Foi administrador da Fundação Calouste Gulbenkian durante mais de duas
décadas, entre 1975 e 2000, com o pelouro das Belas-Artes. No final desse ano,
depois de se reformar da fundação, iniciou a tradução do romance em sete
volumes "Em busca do tempo perdido", de Marcel Proust.
Além de Proust, Pedro Tamen traduziu obras de Flaubert, Camilo Jose Cela,
Georges Pérec, Jean Paul Sartre, Gabriel Garcia Marquez, Mario Vargas Llosa e
Michel Foucault.
Pedro Tamen teve um percurso literário premiado, nomeadamente com o Grande
Prémio de Tradução Literária, em 1990, o Prémio da Crítica da Associação
Portuguesa de Críticos Literários, em 1991, o Prémio P.E.N. de Poesia, em 2001,
o Prémio Luís Nava, em 2006.
Em 2010 venceu o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de
Escritores, com "O livro do sapateiro", e no ano seguinte o Prémio
Literário Casino da Póvoa.
Em 1993, foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
* Com Lusa
terça-feira, 8 de junho de 2021
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
25 de Abril
Esta é a madrugada que eu esperava
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo.
Sophia de Mello Breyner Andresen, O Nome das Coisas, 1974
9JUN2021 . Informação complementar:
Sophia de Mello Breyner Andresen venceu o Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes em 1977 - lançado por ocasião das Comemorações do Centenário do nascimento do poeta do Maranus - com o livro "O Nome das Coisas". A obra foi publicada na Colecção Círculo de Poesia da Moraes Editores, tendo uma 2ª edição publicada em 1986 pelas Edições Salamandra.
quarta-feira, 5 de maio de 2021
5 de maio - Dia Mundial da Língua Portuguesa
A 5 de maio assinala-se o Dia Mundial da Língua Portuguesa, reconhecimento que a UNESCO formalizou em 2020, colocando a nossa língua no mesmo patamar das línguas oficiais das Nações Unidas (árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo).
A língua portuguesa é falada por mais de 260 milhões de pessoas, com elevado potencial de crescimento, sendo um importante activo que Portugal tem tratado com manifesto desleixo. Talvez um dia os nossos políticos percebam os erros que têm cometido em aventuras como acordos ortográficos e coisas similares.
Em julho de 2017, fiz uma intervenção em Santiago de Compostela, num seminário que tinha como tema "A língua como oportunidade", num painel "A oportunidade do espaço galaico-luso-afro-américo-asiático", de que deixo algumas passagens:
"Permitam-me que cite o meu conterrâneo Teixeira de Pascoaes na dedicatória do poema “Luz Final” (de 1925) a Afonso Castelao e a Álvaro Cebreiro e os cumprimente com “o mais antigo e fraternal abraço”.
Venho de Amarante, da
Galiza do lado de lá do rio Minho, traçando caminhos de Santiago, de
espiritualidade, de cultura, de língua, de irmandade, mas também de economia e
de globalização.
No seu livro
"A Galiza, o galego e Portugal", Manuel Rodrigues Lapa afirma que "Portugal não pára nas margens do
Minho: estende-se naturalmente, nos domínios da língua e da cultura, até às
costas do Cantábrico. O mesmo se pode dizer da Galiza: que não acaba no Minho,
mas se prolonga, suavemente, até às margens do Mondego".
Teixeira
de Pascoaes escrevia nos anos 20 nas revistas “Nós” e a “A Nossa Terra” e na
intensa correspondência trocada com os intelectuais galegos e realçava a
ligação de Portugal à Galiza escrevendo na dedicatória do seu livro “Marânus”:
“Galiza, terra
irmã de Portugal
Que o mesmo Oceano
abraça longamente;
Berço de brancas
névoas refulgindo
O espírito do sol
amanhecente;
Altar de Rosalía e
de Pondal
Iluminado a
lágrimas acesas,
Entre pinhais, aos
zéfiros, carpindo
Mágoas da terra e
místicas tristezas;
A ti dedico o
livro que uma vez,
Embriagado de
sombra e solidão,
Compus sobre os
fraguedos do Marão
Este livro saudoso
e montanhês.”
O mesmo Pascoaes que
nasceu 2 anos depois da sua morte, há-de escrever sobre a vossa, e permitam-me
também nossa, Rosalía de Castro:
“Divina Rosalía. Ó Santa protetora
Da terra da Galiza, a nossa terra
Mãe!”
Pascoaes, Teixeira,
como o tratavam por cá, tem intensa relação com os intelectuais galegos da
época, Noriega Varela, Vicente Risco, Alvaro Cebreiro, Vicente Viqueira, Afonso
Castelao, Francisco Luís Bernárdez, tendo sido visitado em Amarante, que também
considerava Galiza, por muitos deles.
Convicto Iberista, Teixeiras de Pascoaes já
antes tinha estado em 1905 em Salamanca e conhecido Miguel Unamuno com quem
manteve ligações tendo D. Miguel visitado Amarante, e em 1918 deslocou-se a
Barcelona a convite de Eugénio d’Ors onde proferiu uma conferência sobre os
“Poetas Lusíadas”.
Mas não venho só com
Teixeira de Pascoaes.
Para falar de língua e
de “nós” é incontornável servir-me de Fernando
Pessoa e do seu heterónimo Bernardo Soares no “Livro do desassossego”
(1931),
“Minha pátria é a língua portuguesa”
E quase poderia ficar por aqui.
Mas como se diz na minha terra, “atrás de uma serra está sempre outra”,
trago comigo outro grande nome da nossa cultura, Virgílio Ferreira, que em 1991, no discurso de entrega do Prémio
Europália disse, com solenidade:
“Da minha língua vê-se o mar”
O orgulho não é um
exclusivo dos grandes países, porque ele não tem que ver com a extensão de um
território, mas com a extensão da alma que o preencheu. A alma do meu país teve
o tamanho do mundo. Estamos celebrando a gesta dos portugueses nos seus descobrimentos.
Será decerto a altura de a Europa celebrar também o que deles projectou na
extraordinária revolução da sua cultura. Uma língua é o lugar donde se vê o
mundo e de ser nela pensamento e sensibilidade. Da minha língua vê-se o mar. Na
minha língua ouve-se o seu rumor como na de outros se ouvirá o da floresta ou o
silêncio do deserto. Por isso a voz do mar foi em nós a da nossa inquietação.
Assim o apelo que vinha dele foi o apelo que ia de nós. E foi nessa
consubstanciação que um novo espírito se formou, como foi outro o espírito da
Europa inteira na reconversão total das suas evidências.
Poderia socorrer-me de muitos outros cultores da nossa
língua, de todas as geografias, do Brasil, de África, mas fico-me pelo vosso
Alfonso Castelao:
“A
nossa língua floresce em Portugal”."
...
"Feitos os cumprimentos e estabelecido o ponto de partida, importa falar das oportunidades da língua portuguesa como plataforma global de ser e de estar, placa giratória no processo irreversível de globalização, numa lógica de integração, respeito pelas diversidades, valores éticos, culturais e por aquilo que mais nos diferencia que é o humanismo do Padre António Vieira.
Uma plataforma global que
enfrente sem tibiezas e com determinação o desafio da economia como factor de
desenvolvimento dos povos, justo e decente, no respeito pelos designados objectivos de desenvolvimento do milénio
(ODM’s).
De que ponto partimos?
-
Somos hoje a 4ª língua mais falada do mundo com 270 milhões de falantes;
-
Em 2050 seremos 387 milhões;
-
Em 2100 seremos 487 milhões;
-
A CPLP é composta por 9 Estados membros e representa 7,2% da terra do planeta,
repartida por 4 continentes.
-
Vivemos em conjunto imensos desafios:
i)
A construção da União Europeia;
ii)
A construção do Mercosul;
iii)
África;
iv)
A formatação das relações com a China;
v)
A formatação das relações com a Índia;
vi)
As alterações climáticas.
Cada um destes desafios,
só por si, seria demasiado grande para nos alcandorarmos a enfrentá-lo.
Será assim?
Se pensarmos naqueles
que há 500 anos, sem os meios próximos dos que dispomos hoje, se abalançaram na
descoberta de novos mundos iniciando o fenómeno de globalização, quem melhor
que nós para revisitar estes desafios, com certeza, cheios de Adamastores mas
também com Ilhas dos Amores?
Se me pedissem um lema
para esta nova globalização a partir da língua portuguesa, diria que o
objectivo seria o de construir uma parceria
interpares em que todos contribuímos para o esforço colectivo de
desenvolvimento humano partindo de
uma parceria global para o
desenvolvimento assente no humanismo e no respeito pela Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Sim, é possível haver
desenvolvimento económico equilibrado à escala global com respeito pela pessoa
humana, proporcionando educação, saúde e oportunidades de felicidade e sem a exploração desmedida e irresponsável
dos recursos do planeta.
O que devemos esperar
do futuro?
Respondo: vontade e
determinação em o construir, em trabalhar num futuro justo e decente para
todos, irreverente, em que ninguém é deixado para trás e em que cada um assume
a sua quota parte de responsabilidade individual e colectiva.
Um futuro que tenha
como motores de desenvolvimento a Educação,
a Economia e a Sustentabilidade Ambiental, na linha dos Objectivos de
Desenvolvimento do Milénio.
E como é que isto se
faz, dirão algumas vozes? Já não se tentou em diferentes momentos e de
diferentes maneiras? E que resultados temos para apresentar? Estamos hoje
melhor que ontem? Resolvemos o problema da fome e da exploração? Resolvemos os
desafios da educação, da saúde e da demografia? Não temos hoje fenómenos de
migrações? O mundo não está muito mais inseguro e perigoso? Não somos
confrontados diariamente com fenómenos organizados de terrorismo equiparados a
estados? Não há muito mais violação dos direitos humanos e intolerância? Não há
muito mais concentração da riqueza em cada vez menos pessoas? Não estamos numa
escalada de miséria humana? Não estaremos a caminho da destruição?
Tudo questões justas,
pertinentes e que, mais cedo que tarde, deixarão de estar no écran da televisão
e nos irão tocar na roupa ou na carne. A nós e aos nossos porque hoje tudo
acontece à velocidade da luz.
É por isso que o tempo
urge, estando confiante que temos o tempo necessário e adequado para fazer o
que é preciso ser feito, de forma organizada e estruturada, utilizando os
recursos financeiros e humanos disponíveis, de forma adequada.
É verdade que já se tentou e que ficamos longe
dos objectivos. Mas esses revezes tiveram a vantagem de nos mostrar que estamos
mais próximos porque sabemos hoje melhor o que nos falta fazer mas, sobretudo,
como não devemos fazer.
Sabemos que despejar
dinheiro em cima dos problemas nada resolve, que não apostar em educação é o
erro originário e que toda a cooperação que não seja interpares e respeitadora da pessoa humana buscando apenas
resultados económicos imediatos não é uma cooperação humanista.
Aqui chegados, importa
perceber qual o papel que os Estados e as
suas instituições pública e privadas pretendem jogar e aquele que lhe é, ou
deveria ser, reservado.
Será que os Estados, a
braços com a crise das dívidas públicas, as opiniões públicas internas e as
provas de vida eleitorais, estão disponíveis para pensar à escala global?
Não há dúvida que sim
porque deste reequilíbrio dependerá o seu futuro.
Como deste futuro
dependerá o futuro da União Europeia e, sob pressão, todos os poderes evitarão
o caos e a destruição logo que o tenham como uma possibilidade expectável.
É por isso que as
instituições públicas dos Estados e as instituições privadas continuaram a jogar
um papel decisivo na preparação dos processo decisórios com vista a uma nova
abordagem destas velhas questões de muitas décadas.
Mas que ninguém se iluda
nem, por via disso, se desresponsabilize porque esta não é tarefa de nenhum
Estado nem de nenhuma instituição de Estados, por mais forte e poderosa que
seja, nem de nenhum Organização Não Governamental (ONG), nem de nenhuma
instituição universal.
Ao contrário, será uma
tarefa de cada cidadão que, juntando, juntando sempre, será capaz de alertar,
sensibilizar, reflectir, planear, aprovar e executar, fazendo mover as
instituições privadas que serão capazes de alertar, sensibilizar, reflectir,
planear, aprovar e executar, fazendo mover os Estados e as instituições de
Estados para a inevitabilidade de vivermos um Mundo e num Mundo melhor.
Se tivermos tempo,
poderemos discutir as teias da burocracia da União Europeia, a dimensão dos
lobbies, a permissividade de quem tem poder face a quem não existe por não
estar constituído como lobbie e espaço em Bruxelas.
Do que vem de ser dito,
pode depreender-se que esta é uma tarefa para quem acredita que sozinho pode
mudar o mundo, logo, condenada ao insucesso, pessoal e de milhões de cidadãos
que merecem e exigem o nosso empenhamento sério e responsável.
Apesar de tudo, sei que vale a pena lutar por
princípios individuais, pela sobrevivência, da espécie e do planeta, pelo que
se nos exige fazer mais e melhor por todos.
Aqui chegados, e sem
prejuízo do aprofundamento de algumas destas áreas de pensamento, impõe-se
perspectivar o papel da língua como factor acelerador e cimento agregador na
construção do futuro de uma parte da população do planeta, e no papel a
desempenhar pelos diversos níveis de instituições."
...
"UNIDOS PELA LÍNGUA PORTUGUESA NA CONSTRUÇÃO DE UM MUNDO MELHOR"
domingo, 25 de abril de 2021
Evocação do 25 de abril de 1974
Tempo de lembrar a liberdade, os primados da ética e da justiça e a importância da solidariedade. A vida em sociedade faz-se com todos.
25 de abril, Sempre.
terça-feira, 23 de março de 2021
Centenário do nascimento Maria Eulália Macedo 1921-2021
Hoje, 21 de março, assinalam-se várias datas de relevo: Dia Mundial da Poesia; da Árvore ou da Floresta; o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial e o da Síndrome de Down.
Assinala-se, também, o
dia do Centenário do Nascimento de Maria Eulália Macedo.
A 21 de março de 1921,
nasceu na freguesia de S. Gonçalo, Maria Eulália Macedo.
Nascida numa das mais
conhecidas famílias amarantinas, Eulália Macedo teve uma vida marcada pelo
convívio com homens e mulheres da cultura, como Teixeira de Pascoaes, Maria da
Glória Teixeira de Vasconcelos, Maria do Carvalhal, Sophia de Mello Breyner
Andresen, Germana Tânger, Alexandre Pinheiro Torres, João de Vasconcelos,
Jacinto Prado Coelho, Maria Ondina Braga, entre muitos outros.
Mulher de cultura, grande
humanista, foi sempre uma mulher do povo que cantou a sua terra e as mulheres
da sua rua.
Foi professora,
catequista, escreveu, pensou e, sobretudo, amou a sua terra como a sua terra sempre
a amou.
Jacinto do Prado
Coelho, na apresentação ao livro “Histórias de Poucas Palavras” escreve: ”Só um temperamento feminino, delicado e
vibrátil, poderia ditar as Hiatórias de poucas Palavras… Já em relação às
pessoas Maria Eulália Macedo se divide: adere à gente do povo, tem quase um
respeito sagrado por certos marginais, a louca, o rapaz epiléptico, ciganos,
“filhos do vento”, homens e mulheres curtidos pela vida inclemente, vítimas da miséria
ou do desamparo; por vezes, contudo, o seu olhar torna-se mais frio, põe em
relevo o pitoresco dos tipos, denuncia a futilidade, o convencionalismo snob
das “pessoas especiais”. Distingue entre o trágico e a mediocridade social, a
pequenez hipócrita da “comédia humana”.
Domingos Monteiro
escreveu no livro “Raízes”: “Maria
Eulália Macedo – a Lala – Como a conhecem em Amarante, como há-de ser sempre
conhecida no mundo das letras, cresceu à sombra de duas montanhas: Pascoaes e o
Marão.Com eles aprendeu a linguagem lírica dos versos e das águas, a grandeza
dos horizontes ilimitados, a secura das terras onde pastam rebanhos famintos e
a avidez das raízes que mergulham até ao profundo e para sempre irrevelado
mistério do Universo.”
Maria Ondina Braga, numa
nota ao seu livro “As Moradas Terrenas” escreveu: “Uma escrita fluida e funda que nem um lençol livre de
águas-de-nascente. Águas puras e perenes. Um espelho submerso onde a autora de
as Moradas Terrenas faz milagrosamente reflectir o real e o divino da
Natureza.”
Maria Eulália Macedo
escreve no livro “Histórias de Poucas Palavras”: “Sei, de muito longe o sei, que para mim o único remédio é amar. Amar
as coisas e amar as pessoas, amar as cores, as mutações da hora, o ciclo das
estações, amar o tempo de ser, de lembrar, de colher. Sei que amo tudo o que
comigo está comprometido na eterna aventura de existir. Amo as palavras. Digo:
estrada – navio – lua – cais – areia – e é como se elas fossem meus filhos,
minha mãe, meus irmãos. Ou como se em tudo visse os olhos verdes do menino que
para sempre amei…”
Anos mais tarde, numa
entrevista à revista “Amarante Magazine”, no registo da “Canção de uma Sombra”,
de Teixeira de Pascoaes, o mais genuíno hino à amarantinidade, disse que “Sem Amarante não seria o que sou”.
Publicou vários livros:
“Construção
de Vento Norte”, 1969, Prémio SNI 1968, dedicado a
Maria Ondina Braga, amiga de uma vida;
“Raízes”,
1970;
“Histórias
de Poucas Palavras” (contos e novelas), em 1971, com
apresentação de Jacinto Prado Coelho, reeditado em 2009;
“As
Moradas Terrenas”, 1994, com introdução de Alexandre
Pinheiro Torres e notas de Maria Cecília Meireles e Maria Ondina Braga.
Participou na colectânea
“Poesia de Amarante/anos 80”.
Maria Eulália Macedo faleceu
a 4 de Dezembro de 2011.
Lala Macedo - Menina
Lalinha - neste dia, como em todos os outros, sentimos a sua ausência no Café
Bar e o(s) tempo(s) de falarmos deste(s) tempo(s). E lembramo-nos de si.
Com saudade,
Pedro Barros
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021
94 anos sobre a Revolta do Reviralho (3 fevereiro 1927)
Em Fevereiro de 1927 rebentaram no Porto e em Lisboa as primeiras revoltas contra a ditadura militar, conhecidas como reviralho.
O levantamento começou no Porto, a 3 de Fevereiro, sob o comando do general Sousa Dias, apoiado por várias forças militares: Caçadores 9, e as unidades militares de Amarante, Penafiel, Valença, Vila Real, Lamego, Vila Real e Chaves, e a GNR, As forças revoltosas apoderaram-se do Quartel General, do Governo Civil e dos Correios e Telégrafos. Aos militares revoltosos juntaram-se algumas centenas de civis.
No direção do combate à revolta esteve o Ministro da Guerra, Coronel Passos e Sousa que dirigiu as operações a partir do Quartel da Serra do Pilar, onde estava sedeada a Artilharia 5, tendo apoio de reforços vindos da Covilhã e de Braga e de um contingente de 1200 homens vindos de Lisboa por via marítima.
Existem estimativas que terão estado envolvidos nos confrontos cerca de 2.500 revoltosos e cerca de 4.000 efectivos militares afectos ao Governo.
Contudo, a revolta acabaria por abortar no dia 7 de fevereiro, sendo notória a falta de comunicação entre os revoltosos.
Em Lisboa, a revolta iniciou-se a 7 de fevereiro, quando já tinha terminado no Porto, estendendo-se até 9 de fevereiro e foi liderado pelo Coronel Mendes dos Reis.
Sem apoios do Exército, foram os marinheiros de Alcântara e do Arsenal da Marinha que iniciaram a revolta, sob o comando do Almirante Câmara Leme e do Tenente da Armada Agatão Lança.
Registaram-se, ainda, acontecimentos na Figueira da Foz, a 3 de fevereiro, no Algarve nos dias 4 e 5 (Vila Real de Santo António, Tavira e Faro) e intentonas em Évora, Setúbal, Barreiro, S. Julião da Barra, Amadora, Queluz. Mafra, Abrantes, Tancos, Entroncamento, Leiria, Castelo Branco, Coimbra, Mealhada, Cantanhede, Aveiro, Viseu, Alijó e Valpaços.
Era o fracasso da revolta conhecido por reviralho.
A maioria do exército esteve com a ditadura no poder e a revolta foi vencida depois de violentos combates.
Cerca de 190 pessoas morreram (entre soldados e civis), 900 ficaram feridas e perto de mil revolucionários foram deportados para África.
Em consequência desta tentativa de golpe, muitos militares do quartel de Artilharia de Amarante seriam presos e deportados para a Madeira e julgados e deportados para as Colónias Ultramarinas e muitos civis seriam igualmente presos, demitidos dos seus cargos e empregos ou exilados sendo o nome mais conhecido o do Dr. António Lago Cerqueira.
sexta-feira, 1 de janeiro de 2021
Feliz Ano Novo 2021
segunda-feira, 14 de dezembro de 2020
68º Aniversário da morte de Teixeira de Pascoaes
terça-feira, 1 de dezembro de 2020
Morreu o Professor Eduardo Lourenço
Morreu hoje - 1 de dezembro de 2020 - o Professor Eduardo Lourenço, um dos grandes pensadores da portugalidade.
Todos nos reencontramos no seu pensamento, na sua capacidade e profundidade de pensamento, no seu humor permanente e na sua simplicidade contagiante que faziam dele um ser superior.
O nosso pensamento está com o Professor Eduardo Lourenço que nos deixa sem vir a Amarante saldar uma dívida que dizia ter para com Pascoaes.
Com a devida vénia, como singela homenagem, deixamos aqui o trailer do documentário "O Labirinto da Saudade", de Miguel Gonçalves Mendes, que será exibido hoje na RTP.
Até sempre, Professor.