domingo, 3 de abril de 2022

Viagem a Portugal - Viagem a Portugal - Aguçadoura

Viagem a Portugal - Viagem a Portugal - Aguçadoura: eira depois das 23h00 e sempre em tsf.pt. Podcast Facebook Partilhas 5 EMISSÕES DISPONÍVEIS

segunda-feira, 28 de março de 2022

Até parece que isto foi sempre assim!

Amarante, Largo de S. Gonçalo. Anos 80/90
 

domingo, 20 de março de 2022

Viagem a Portugal - Viagem a Portugal - Vila Real

Viagem a Portugal - Viagem a Portugal - Vila Real: TSF - A rádio que mudou a Rádio, dá-lhe notícias, vídeos, fotos. Informação actualizada e em directo.

quinta-feira, 10 de março de 2022

domingo, 6 de março de 2022

ABRAÇO A SARAMAG0 | exposição de artes plásticas | V. N. de Gaia


 Foi inaugurada ontem, 5 de março, uma exposição de artes plásticas "Abraço a Saramago", organizada pelos "Artistas de Gaia", na Casa Museu Teixeira Lopes, em Vila Nova de Gaia, para assinalar o centenário do nascimento de José Saramago.

Com curadoria de Agostinho Santos, a mostra reúne obras de 19 artistas para além de uma mostra de trabalhos de Violante Saramago Matos, filha do nosso Prémio Nobel, e ficará patente ao público até 30 de abril.

Dentre os artistas representados, destacamos, naturalmente, Fernando Barros, para além de António Bessa, Avelino Rocha, Pedro Calapez, e Zulmiro de Carvalho.

Rali Terras d' Aboboreira 2022 | 15 e 16 de Abril


 

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Isto não foi sempre assim. E ainda bem.


 Bilhete postal ilustrado dos anos 80 do século passado onde se pode ver o Largo de S. Gonçalo, o Convento e a Torre sineira e a Igreja de S. Domingos. 

Nesta altura, havia trânsito nos dois sentidos e estacionamento no Largo de S. Gonçalo.  

A esplanada do Café Bar tinha outro mobiliário e era... mais colorida!

Tudo bem diferente do que é hoje.  

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Isto não foi sempre assim. E ainda bem.

Muitas vezes somos tentados a pensar que a paisagem que conhecemos desde sempre, foi sempre assim. E, as mais das vezes, estamos redondamente enganados. A paisagem urbana evolui ao longo dos anos com a intervenção humana de tal forma que, não fosse a possibilidade de aceder a imagens fotográficas, seríamos tentados a achar que aquilo que hoje vemos esteve sempre ali desde tempos imemoriais.
Vem isto a propósito deste cliché da Fotografia Alves, de Chaves, dos anos 30 do século passado, usada num bilhete postal ilustrado da Casa das Lérias, de Alcino dos Reis, que retrata uma altura em que Amarante sofreu grandes intervenções urbanísticas, e no qual se podem ver algumas delas. 
Do lado direito da imagem, podemos ver o grande muro de suporte da actual Alameda Teixeira de Pascoaes que resultou na criação de uma grande praça para onde passou o mercado que funcionava no Largo de S. Gonçalo e que implicou a supressão das escadas que acediam ao rio e a elevação da fonte aí existente para a quota da actual Alameda, nas costas do Cartório Paroquial. 
Na foto ainda é visível a falta das meias laranjas. 
O próprio formato da designada "praça" também não foi sempre assim, existindo um muro separador nas proximidades do actual quiosque, no final do qual se acedia através de umas escadas que ligavam àquelas que lá existem e que permitem chegar ao rio. 
                     

Do lado esquerdo da foto, propositadamente aumentada, as alterações são ainda mais significativas:
- O edifício do actual Restaurante Zé da Calçada, sem o terraço actual;
- O Jardim Amadeo de Souza Cardoso devidamente delimitado com peças em cimento que mais tarde seriam substituídas pela guarda/varanda em ferro;
- Daí para cá, numa cota inferior, existia um caminho inclinado que dava acesso ao rio, sensivelmente  no sítio do actual pontão (ou pontilhão). 
Por esta altura, o ribeiro corria a céu aberto pelos campos, desde junto à Pensão Avião até ao rio e, naturalmente, não existia o muro que lá está hoje e que deu origem à avenida Beira Rio.
Como particularidade, diga-se que aqui esteve previsto o lançamento de um arruamento marginal que substituiria o traçado da avenida Alexandre Herculano mas que, afinal, se manteria até aos nossos dias.


sábado, 19 de fevereiro de 2022

O Adeus às Virgens (Romance) | Alexandre Pinheiro Torres


No passado mês de dezembro, no âmbito da Comemoração do Centenário do Nascimento de Alexandre Pinheiro Torres, foi lançada a 2º edição do romance "O Adeus às Virgens", com prefácio de José Carlos Vasconcelos, com a chancela da editorial Caminho. 
A edição teve o apoio da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim e integra-se num programa de evocação do centenário do nascimento de Alexandre Pinheiro Torres que contou, ainda, com uma exposição e o descerramento de uma placa na casa onde viveu o escritor naquela cidade.
Recorde-se que Alexandre Pinheiro Torres nasceu em Amarante em 27 de dezembro de 1921.

 

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Eunice Muñoz e Rui de Carvalho

 ...

Este post surge na continuação do anterior, escrito em abril de 2021.
Na fotografia, Eunice e Rui de Carvalho, grandes figuras do nosso teatro, por ocasião dos 91 anos de Eunice.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Eunice Muñoz

 Post incompleto escrito em 21/04/2021



Eunice Munõz despede-se dos palcos ao lado da neta

Aos 92 anos, Eunice Muñoz regressa aos palcos, para a última peça da sua vida, ao lado da 

neta, Lídia Muñoz.

Em entrevista ao programa da TSF, "Uma questão de ADN", de Teresa Dias Mendes, a atriz faz 

revelações sobre o seu percurso e carreira.

Ver em https://www.tsf.pt/programa/uma-questao-de-adn.html

"A Margem do Tempo", com encenação de Sérgio Moura Afonso, é uma peça sem texto, em 

que duas atrizes representam a mesma mulher, em épocas diferentes. 

A estreia está marcada para dia 20, no Auditório do Teatro Eunice Muñoz, em Oeiras.


Uma Vida de sucesso(s)

Eunice do Carmo Muñoz nasceu em 30 de junho de 1928, em Amareleja, concelho de Moura.

Nascida numa família de actores, viria a estrear-se em 1941, na pela "Vendaval", de Vírginia 

Vitorino, com a Companhia Rey Colaço/Robles Monteiro, sediada no Teatro Nacional D. Maria II.

Depois disso, foram mais de sete dezenas de peças de teatro, de 1941 a 2011, mais de três 

dezenas de séries de televisão, entre 1957 e 2020, treze filmes, entre 1946 e 2008.

Recebeu diversos prémios e distinções, Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (1981), 

Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (1991), Grande Oficial da Ordem Militar de 

Sant'Iago da Espada (2010), Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (2011), e Grã-Cruz da 

Ordem do Mérito (2018), Medalha de Mérito Cultural (1990).

Doutora honoris causa pela Universidade de Évora, em 2009.


quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Centenário do Nascimento de António Fernandes da Fonseca | 1921 - 2021

Postal máximo (postal + selo/vinheta + carimbo) editado pelo Centro de Estudos Amarantinos a propósito do Centenário do Nascimento de António Fernandes da Fonseca (1921 - 2021).


Centenário do Nascimento de A. Magalhães | 1921 - 2021

Postal máximo (postal + selo/vinheta + carimbo) editado pelo Centro de Estudos Amarantinos a propósito do Centenário do Nascimento de A. Magalhães (1921 - 2021).

Centenário do Nascimento de Manuel Amaral | 1921 - 2021

Postal máximo (postal + selo/vinheta + carimbo) editado pelo Centro de Estudos Amarantinos a propósito do Centenário do Nascimento de Manuel Amaral (1921 - 2021).

Centenário do Nascimento de Maria Eulália Macedo | 1921 - 2021

 Postal máximo (postal + selo/vinheta + carimbo) editado pelo Centro de Estudos Amarantinos a propósito do Centenário do Nascimento de Maria Eulália Macedo (1921 - 2021).

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Centenário do Nascimento de Alexandre Pinheiro Torres


 No dia em que se assinalam 100 anos sobre o nascimento de Alexandre Maria Pinheiro Torres, ocorrido às 4.45h do dia 27 de dezembro de 1921, no edifício do Hotel Silva, situado na Rua Almirante Cândido dos Reis, filho de João Maria Pinheiro Torres e de Margarida Francisco da Silva Torres, partilhamos o postal máximo editado pelo Centro de Estudos Amarantinos (CEAmt). 

Deixamos ainda o desafio de leitura de uma das mais de três dezenas de obras publicadas, tomando a liberdade de sugerir "Espingardas e Música Clássica", romance dos anos 60, com locais, tiques e ambiências da nossa amarantidade.  


Centenário do Nascimento de Alexandre Pinheiro Torres - 27 de dezembro


27 de dezembro de 2021. Cerimónia de descerramento de placa comemorativa do Centenário do Nascimento de Alexandre Pinheiro Torres (1921-2021), na casa onde viveu na Rua de S. Pedro nº1, na Póvoa de Varzim.
Por Amarante, lemos "Espingardas e Música Clássica". 
No Hotel Silva, na Confeitaria Mário, na Casa dos Macedos, no Mosteiro, na Ponte, na Ínsua, no Tâmega. Não é assim Sr. Mário, João Macedo, Maria Emília Melo?

 

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

69º Aniversário da morte de Teixeira de Pascoaes

 Passam hoje 69 anos sobre a morte de um dos maiores escritores do século XX, Teixeira de Pascoaes (1877-1952).

Para assinalar a data, o Centro de Estudos Amarantinos (CEAmt) prestou uma singela homenagem na campa do poeta, no cemitério de Gatão, Amarante, que terminou com a leitura de poemas e uma intervenção do Presidente da Direção do CEAmt, Pedro Barros, sobre a importância de divulgação da obra de Pascoaes, em especial junto dos jovens.

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Centenário do Nascimento do Professor António Fernandes da Fonseca

 


O Professor António Fernandes da Fonseca nasceu a 4 de agosto de 1921, na freguesia de Gondar, Amarante.

Nascido num país que só lhe permitiu ter acesso à escola primária aos 10 anos de idade, o jovem António teve o apoio presente, dedicado e protector de sua mãe, Rosa Fernandes, e de seu pai, Manuel Ribeiro da Fonseca que em tempos de crise e fome ansiavam por um futuro para o seu filho.

Depois da Escola Primária de Ovelhinha, seguiu-se o Colégio de S. Gonçalo, em Amarante, e o Liceu Rodrigues de Freitas. Cursou Medicina concluindo a licenciatura em 1947 e o doutoramento em 1959.

Como amarantino, manteve sempre as ligações à terra que o viu nascer, e nunca esqueceu a importância de ter tido o privilégio de ter conhecido Teixeira de Pascoaes, e de se ter deixado marcar pela poesia dessa figura maior das nossas letras, e de privar a ambiência cultural da época em Amarante com Alexandre Pinheiro Torres, Ilídio Sardoeira, Manuel Amaral, Fernando dos Reis, Teixeira de Queiroz, entre outros, escrevendo o primeiro livro de poesias “Cantos Saudosos”, em 1940, impresso na emblemática Tipografia Flor do Tâmega de Pedro Carneiro.

Em definitivo, António Fernandes da Fonseca marcou de forma indelével o seu tempo e o seu exemplo como médico, investigador, homem de cultura, político e cidadão de causas perduram como legado de alguém que esteve à frente do seu tempo e é exemplo a seguir para as novas gerações de médicos, investigadores e de cidadãos comprometidos com a sua comunidade.

Foi Director Clínico do Hospital Conde Ferreira, criou e organizou a partir de 1961 o Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina do Porto – Hospital de S. João.

Viveu com intensidade “o dia inicial inteiro e limpo/ Onde emergimos da noite e do silêncio/ E livres habitamos a substância do tempo”, de que falava Sophia.

Quis fazer, ajudar, ensinar, construir um novo tempo.

Foi deputado. Foi responsável pela criação dos cursos de psicologia nas Universidades Portuguesas. Presidiu a uma comissão de “Reforma da Saúde Mental”.

Escreveu dois Tratados de Psiquiatria e Psicopatologia.

Presidiu à Sociedade Portuguesa de Psiquiatria, à Assembleia Psiquiátrica de Língua Portuguesa e à Associação Europeia de Psiquiatria Social. Foi membro da Real Academia de Medicina de Madrid e “Fellow” da Academia de Medicina e Psiquiatria de Nova Iorque.

Foi membro fundador do Centro Transdisciplinar de Estudos de Consciência da Universidade Fernando Pessoa e coordenador do protocolo dos Cursos de Mestrado em Psicologia entre a Universidade Luterana do Brasil e a Universidade Fernando Pessoa.

Escreveu psicobiografias dedicadas a grandes figuras - Teixeira de Pascoaes, Fernando Pessoa, Sigmund Freud, Ortega y Gasset, e Ernest Hemingway.

Na mudança do milénio, revisitou antigas memórias, amores pela terra amarantina e sua cultura, escrevendo em 2002 um livro Encontros com Teixeira de Pascoaes (Um regresso ao poeta), em 2004 Contos de um Espírito Inquieto e em 2007 Poemas Fora do Tempo (Em memória de Teixeira de Pascoaes).

Pascoaes, sempre Pascoaes.

António Fernandes da Fonseca entendia que o seu patrono que um dia lhe escreveu uma simpática carta agradecendo o seu primeiro livro de poesias merecia mais, muito mais, e envolveu-se afincadamente no projecto de criação da Fundação Teixeira de Pascoaes (no qual tive a honra de participar a seu convite) mas que infelizmente não conseguiu levar a bom porto.

Nesta hora em que prestamos este singelo tributo, com saudade, reconhecemos o homem bom e a sua obra como exemplo para sermos cada dia melhores cidadãos.

(Excertos de comunicação apresentada na sessão evocativa realizada na FMUP/CHUSJ, em 4 de agosto de 2021)

quinta-feira, 29 de julho de 2021

Homenagear um Poeta | Pedro Tamen

 A Luz que Vem das Pedras


A luz que vem das pedras, do íntimo da pedra,
tu a colhes, mulher, a distribuis
tão generosa e à janela do mundo.
O sal do mar percorre a tua língua;
não são de mais em ti as coisas mais.
Melhor que tudo, o voo dos insectos,
o ritmo nocturno do girar dos bichos,
a chave do momento em que começa o canto
da ave ou da cigarra
— a mão que tal comanda no mesmo gesto fere
a corda do que em ti faz acordar
os olhos densos de cada dia um só.
Quem está salvando nesta respiração
boca a boca real com o universo?

Pedro Tamen

Morreu Pedro Tamen *

Pedro Tamen, 86 anos, morreu hoje em Setúbal, onde estava hospitalizado. Dedicou mais de 50 anos à poesia, longamente premiada, mas sem abdicar do vício da tradução.

Pedro Tamen estreou-se em 1956 com "Poema para todos os dias", em edição de autor, pouco antes de assumir a direção da editora Moraes, até 1975 e onde dinamizou a coleção "Círculo de Poesia".

A extensa obra poética foi coligida em diferentes ocasiões, nomeadamente em "Tábua das Matérias" (1991) e "Retábulo das Memórias" (2013), com cerca de mil páginas, coligindo 19 livros e poemas soltos.

Pedro Mário de Alles Tamen, nascido em Lisboa em 1934, licenciou-se em Direito na Universidade de Lisboa, mas não exerceu; integrou o jornal Encontro, da Juventude Universitária Católica, foi cineclubista, professor do ensino secundário, diretor-adjunto da revista Flama e editor em O Tempo e o Modo.

Nos anos 1970 integrou ainda a primeira direção da Associação Portuguesa de Escritores.

Foi administrador da Fundação Calouste Gulbenkian durante mais de duas décadas, entre 1975 e 2000, com o pelouro das Belas-Artes. No final desse ano, depois de se reformar da fundação, iniciou a tradução do romance em sete volumes "Em busca do tempo perdido", de Marcel Proust.

Além de Proust, Pedro Tamen traduziu obras de Flaubert, Camilo Jose Cela, Georges Pérec, Jean Paul Sartre, Gabriel Garcia Marquez, Mario Vargas Llosa e Michel Foucault.

Pedro Tamen teve um percurso literário premiado, nomeadamente com o Grande Prémio de Tradução Literária, em 1990, o Prémio da Crítica da Associação Portuguesa de Críticos Literários, em 1991, o Prémio P.E.N. de Poesia, em 2001, o Prémio Luís Nava, em 2006.

Em 2010 venceu o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, com "O livro do sapateiro", e no ano seguinte o Prémio Literário Casino da Póvoa.

Em 1993, foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

* Com Lusa

terça-feira, 8 de junho de 2021

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN

 25 de Abril


Esta é a madrugada que eu esperava

O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio

E livres habitamos a substância do tempo. 

 Sophia de Mello Breyner Andresen, O Nome das Coisas, 1974



9JUN2021 . Informação complementar:

Sophia de Mello Breyner Andresen venceu o Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes em 1977 - lançado por ocasião das Comemorações do Centenário do nascimento do poeta do Maranus - com o livro "O Nome das Coisas". A obra foi publicada na Colecção Círculo de Poesia da Moraes Editores, tendo uma 2ª edição publicada em 1986 pelas Edições Salamandra. 


quarta-feira, 5 de maio de 2021

5 de maio - Dia Mundial da Língua Portuguesa

 A 5 de maio assinala-se o Dia Mundial da Língua Portuguesa, reconhecimento que a UNESCO formalizou em 2020, colocando a nossa língua no mesmo patamar das línguas oficiais das Nações Unidas (árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo).  

A língua portuguesa é falada por mais de 260 milhões de pessoas, com elevado potencial de crescimento, sendo um importante activo que Portugal tem tratado com manifesto desleixo. Talvez um dia os nossos políticos percebam os erros que têm cometido em aventuras como acordos ortográficos e coisas similares.

Em julho de 2017, fiz uma intervenção em Santiago de Compostela, num seminário que tinha como tema "A língua como oportunidade", num painel "A oportunidade do espaço galaico-luso-afro-américo-asiático", de que deixo algumas passagens:

"Permitam-me que cite o meu conterrâneo Teixeira de Pascoaes na dedicatória do poema “Luz Final” (de 1925) a Afonso Castelao e a Álvaro Cebreiro e os cumprimente com “o mais antigo e fraternal abraço”.

Venho de Amarante, da Galiza do lado de lá do rio Minho, traçando caminhos de Santiago, de espiritualidade, de cultura, de língua, de irmandade, mas também de economia e de globalização.

 No seu livro "A Galiza, o galego e Portugal", Manuel Rodrigues Lapa afirma que "Portugal não pára nas margens do Minho: estende-se naturalmente, nos domínios da língua e da cultura, até às costas do Cantábrico. O mesmo se pode dizer da Galiza: que não acaba no Minho, mas se prolonga, suavemente, até às margens do Mondego".

Teixeira de Pascoaes escrevia nos anos 20 nas revistas “Nós” e a “A Nossa Terra” e na intensa correspondência trocada com os intelectuais galegos e realçava a ligação de Portugal à Galiza escrevendo na dedicatória do seu livro “Marânus”:

“Galiza, terra irmã de Portugal

Que o mesmo Oceano abraça longamente;

Berço de brancas névoas refulgindo

O espírito do sol amanhecente;

Altar de Rosalía e de Pondal

Iluminado a lágrimas acesas,

Entre pinhais, aos zéfiros, carpindo

Mágoas da terra e místicas tristezas;

A ti dedico o livro que uma vez,

Embriagado de sombra e solidão,

Compus sobre os fraguedos do Marão

Este livro saudoso e montanhês.”

O mesmo Pascoaes que nasceu 2 anos depois da sua morte, há-de escrever sobre a vossa, e permitam-me também nossa, Rosalía de Castro:

“Divina Rosalía. Ó Santa protetora

Da terra da Galiza, a nossa terra Mãe!”

Pascoaes, Teixeira, como o tratavam por cá, tem intensa relação com os intelectuais galegos da época, Noriega Varela, Vicente Risco, Alvaro Cebreiro, Vicente Viqueira, Afonso Castelao, Francisco Luís Bernárdez, tendo sido visitado em Amarante, que também considerava Galiza, por muitos deles.

Convicto Iberista, Teixeiras de Pascoaes já antes tinha estado em 1905 em Salamanca e conhecido Miguel Unamuno com quem manteve ligações tendo D. Miguel visitado Amarante, e em 1918 deslocou-se a Barcelona a convite de Eugénio d’Ors onde proferiu uma conferência sobre os “Poetas Lusíadas”.

Mas não venho só com Teixeira de Pascoaes.

Para falar de língua e de “nós” é incontornável servir-me de Fernando Pessoa e do seu heterónimo Bernardo Soares no “Livro do desassossego” (1931), 

Minha pátria é a língua portuguesa”

E quase poderia ficar por aqui.

Mas como se diz na minha terra, “atrás de uma serra está sempre outra”, trago comigo outro grande nome da nossa cultura, Virgílio Ferreira, que em 1991, no discurso de entrega do Prémio Europália disse, com solenidade:

“Da minha língua vê-se o mar”

O orgulho não é um exclusivo dos grandes países, porque ele não tem que ver com a extensão de um território, mas com a extensão da alma que o preencheu. A alma do meu país teve o tamanho do mundo. Estamos celebrando a gesta dos portugueses nos seus descobrimentos. Será decerto a altura de a Europa celebrar também o que deles projectou na extraordinária revolução da sua cultura. Uma língua é o lugar donde se vê o mundo e de ser nela pensamento e sensibilidade. Da minha língua vê-se o mar. Na minha língua ouve-se o seu rumor como na de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto. Por isso a voz do mar foi em nós a da nossa inquietação. Assim o apelo que vinha dele foi o apelo que ia de nós. E foi nessa consubstanciação que um novo espírito se formou, como foi outro o espírito da Europa inteira na reconversão total das suas evidências.

Poderia socorrer-me de muitos outros cultores da nossa língua, de todas as geografias, do Brasil, de África, mas fico-me pelo vosso Alfonso Castelao:

“A nossa língua floresce em Portugal”."

...

"Feitos os cumprimentos e estabelecido o ponto de partida, importa falar das oportunidades da língua portuguesa como plataforma global de ser e de estar, placa giratória no processo irreversível de globalização, numa lógica de integração, respeito pelas diversidades, valores éticos, culturais e por aquilo que mais nos diferencia que é o humanismo do Padre António Vieira.

Uma plataforma global que enfrente sem tibiezas e com determinação o desafio da economia como factor de desenvolvimento dos povos, justo e decente, no respeito pelos designados objectivos de desenvolvimento do milénio (ODM’s).

De que ponto partimos?

- Somos hoje a 4ª língua mais falada do mundo com 270 milhões de falantes;

- Em 2050 seremos 387 milhões;

- Em 2100 seremos 487 milhões;

- A CPLP é composta por 9 Estados membros e representa 7,2% da terra do planeta, repartida por 4 continentes.

- Vivemos em conjunto imensos desafios:

i) A construção da União Europeia;

ii) A construção do Mercosul;

iii) África;

iv) A formatação das relações com a China;

v) A formatação das relações com a Índia;

vi) As alterações climáticas.

Cada um destes desafios, só por si, seria demasiado grande para nos alcandorarmos a enfrentá-lo.

Será assim?

Se pensarmos naqueles que há 500 anos, sem os meios próximos dos que dispomos hoje, se abalançaram na descoberta de novos mundos iniciando o fenómeno de globalização, quem melhor que nós para revisitar estes desafios, com certeza, cheios de Adamastores mas também com Ilhas dos Amores?

Se me pedissem um lema para esta nova globalização a partir da língua portuguesa, diria que o objectivo seria o de construir uma parceria interpares em que todos contribuímos para o esforço colectivo de desenvolvimento humano partindo de uma parceria global para o desenvolvimento assente no humanismo e no respeito pela Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Sim, é possível haver desenvolvimento económico equilibrado à escala global com respeito pela pessoa humana, proporcionando educação, saúde e oportunidades de felicidade  e sem a exploração desmedida e irresponsável dos recursos do planeta.

O que devemos esperar do futuro?

Respondo: vontade e determinação em o construir, em trabalhar num futuro justo e decente para todos, irreverente, em que ninguém é deixado para trás e em que cada um assume a sua quota parte de responsabilidade individual e colectiva.

Um futuro que tenha como motores de desenvolvimento a Educação, a Economia e a Sustentabilidade Ambiental, na linha dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.

E como é que isto se faz, dirão algumas vozes? Já não se tentou em diferentes momentos e de diferentes maneiras? E que resultados temos para apresentar? Estamos hoje melhor que ontem? Resolvemos o problema da fome e da exploração? Resolvemos os desafios da educação, da saúde e da demografia? Não temos hoje fenómenos de migrações? O mundo não está muito mais inseguro e perigoso? Não somos confrontados diariamente com fenómenos organizados de terrorismo equiparados a estados? Não há muito mais violação dos direitos humanos e intolerância? Não há muito mais concentração da riqueza em cada vez menos pessoas? Não estamos numa escalada de miséria humana? Não estaremos a caminho da destruição?

Tudo questões justas, pertinentes e que, mais cedo que tarde, deixarão de estar no écran da televisão e nos irão tocar na roupa ou na carne. A nós e aos nossos porque hoje tudo acontece à velocidade da luz.

É por isso que o tempo urge, estando confiante que temos o tempo necessário e adequado para fazer o que é preciso ser feito, de forma organizada e estruturada, utilizando os recursos financeiros e humanos disponíveis, de forma adequada.

 É verdade que já se tentou e que ficamos longe dos objectivos. Mas esses revezes tiveram a vantagem de nos mostrar que estamos mais próximos porque sabemos hoje melhor o que nos falta fazer mas, sobretudo, como não devemos fazer.

Sabemos que despejar dinheiro em cima dos problemas nada resolve, que não apostar em educação é o erro originário e que toda a cooperação que não seja interpares e respeitadora da pessoa humana buscando apenas resultados económicos imediatos não é uma cooperação humanista.

Aqui chegados, importa perceber qual o papel que os Estados e as suas instituições pública e privadas pretendem jogar e aquele que lhe é, ou deveria ser, reservado.

Será que os Estados, a braços com a crise das dívidas públicas, as opiniões públicas internas e as provas de vida eleitorais, estão disponíveis para pensar à escala global?

Não há dúvida que sim porque deste reequilíbrio dependerá o seu futuro.

Como deste futuro dependerá o futuro da União Europeia e, sob pressão, todos os poderes evitarão o caos e a destruição logo que o tenham como uma possibilidade expectável.

É por isso que as instituições públicas dos Estados e as instituições privadas continuaram a jogar um papel decisivo na preparação dos processo decisórios com vista a uma nova abordagem destas velhas questões de muitas décadas.

Mas que ninguém se iluda nem, por via disso, se desresponsabilize porque esta não é tarefa de nenhum Estado nem de nenhuma instituição de Estados, por mais forte e poderosa que seja, nem de nenhum Organização Não Governamental (ONG), nem de nenhuma instituição universal.

Ao contrário, será uma tarefa de cada cidadão que, juntando, juntando sempre, será capaz de alertar, sensibilizar, reflectir, planear, aprovar e executar, fazendo mover as instituições privadas que serão capazes de alertar, sensibilizar, reflectir, planear, aprovar e executar, fazendo mover os Estados e as instituições de Estados para a inevitabilidade de vivermos um Mundo e num Mundo melhor.

Se tivermos tempo, poderemos discutir as teias da burocracia da União Europeia, a dimensão dos lobbies, a permissividade de quem tem poder face a quem não existe por não estar constituído como lobbie e espaço em Bruxelas.

Do que vem de ser dito, pode depreender-se que esta é uma tarefa para quem acredita que sozinho pode mudar o mundo, logo, condenada ao insucesso, pessoal e de milhões de cidadãos que merecem e exigem o nosso empenhamento sério e responsável.

 Apesar de tudo, sei que vale a pena lutar por princípios individuais, pela sobrevivência, da espécie e do planeta, pelo que se nos exige fazer mais e melhor por todos.

Aqui chegados, e sem prejuízo do aprofundamento de algumas destas áreas de pensamento, impõe-se perspectivar o papel da língua como factor acelerador e cimento agregador na construção do futuro de uma parte da população do planeta, e no papel a desempenhar pelos diversos níveis de instituições."

...

"UNIDOS PELA LÍNGUA PORTUGUESA NA CONSTRUÇÃO DE UM MUNDO MELHOR"


domingo, 25 de abril de 2021

Evocação do 25 de abril de 1974

Tempo de lembrar a liberdade, os primados da ética e da justiça e a importância da solidariedade. A vida em sociedade faz-se com todos.

25 de abril, Sempre.

terça-feira, 23 de março de 2021

Centenário do nascimento Maria Eulália Macedo 1921-2021

Hoje, 21 de março, assinalam-se várias datas de relevo: Dia Mundial da Poesia; da Árvore ou da Floresta; o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial e o da Síndrome de Down.

Assinala-se, também, o dia do Centenário do Nascimento de Maria Eulália Macedo.

A 21 de março de 1921, nasceu na freguesia de S. Gonçalo, Maria Eulália Macedo.

Nascida numa das mais conhecidas famílias amarantinas, Eulália Macedo teve uma vida marcada pelo convívio com homens e mulheres da cultura, como Teixeira de Pascoaes, Maria da Glória Teixeira de Vasconcelos, Maria do Carvalhal, Sophia de Mello Breyner Andresen, Germana Tânger, Alexandre Pinheiro Torres, João de Vasconcelos, Jacinto Prado Coelho, Maria Ondina Braga, entre muitos outros.

Mulher de cultura, grande humanista, foi sempre uma mulher do povo que cantou a sua terra e as mulheres da sua rua.

Foi professora, catequista, escreveu, pensou e, sobretudo, amou a sua terra como a sua terra sempre a amou.

Jacinto do Prado Coelho, na apresentação ao livro “Histórias de Poucas Palavras” escreve: ”Só um temperamento feminino, delicado e vibrátil, poderia ditar as Hiatórias de poucas Palavras… Já em relação às pessoas Maria Eulália Macedo se divide: adere à gente do povo, tem quase um respeito sagrado por certos marginais, a louca, o rapaz epiléptico, ciganos, “filhos do vento”, homens e mulheres curtidos pela vida inclemente, vítimas da miséria ou do desamparo; por vezes, contudo, o seu olhar torna-se mais frio, põe em relevo o pitoresco dos tipos, denuncia a futilidade, o convencionalismo snob das “pessoas especiais”. Distingue entre o trágico e a mediocridade social, a pequenez hipócrita da “comédia humana”.

Domingos Monteiro escreveu no livro “Raízes”: “Maria Eulália Macedo – a Lala – Como a conhecem em Amarante, como há-de ser sempre conhecida no mundo das letras, cresceu à sombra de duas montanhas: Pascoaes e o Marão.Com eles aprendeu a linguagem lírica dos versos e das águas, a grandeza dos horizontes ilimitados, a secura das terras onde pastam rebanhos famintos e a avidez das raízes que mergulham até ao profundo e para sempre irrevelado mistério do Universo.”

Maria Ondina Braga, numa nota ao seu livro “As Moradas Terrenas” escreveu: “Uma escrita fluida e funda que nem um lençol livre de águas-de-nascente. Águas puras e perenes. Um espelho submerso onde a autora de as Moradas Terrenas faz milagrosamente reflectir o real e o divino da Natureza.”

Maria Eulália Macedo escreve no livro “Histórias de Poucas Palavras”: “Sei, de muito longe o sei, que para mim o único remédio é amar. Amar as coisas e amar as pessoas, amar as cores, as mutações da hora, o ciclo das estações, amar o tempo de ser, de lembrar, de colher. Sei que amo tudo o que comigo está comprometido na eterna aventura de existir. Amo as palavras. Digo: estrada – navio – lua – cais – areia – e é como se elas fossem meus filhos, minha mãe, meus irmãos. Ou como se em tudo visse os olhos verdes do menino que para sempre amei…”

Anos mais tarde, numa entrevista à revista “Amarante Magazine”, no registo da “Canção de uma Sombra”, de Teixeira de Pascoaes, o mais genuíno hino à amarantinidade, disse que “Sem Amarante não seria o que sou”.

Publicou vários livros:

“Construção de Vento Norte”, 1969, Prémio SNI 1968, dedicado a Maria Ondina Braga, amiga de uma vida;

“Raízes”, 1970;

“Histórias de Poucas Palavras” (contos e novelas), em 1971, com apresentação de Jacinto Prado Coelho, reeditado em 2009;

“As Moradas Terrenas”, 1994, com introdução de Alexandre Pinheiro Torres e notas de Maria Cecília Meireles e Maria Ondina Braga.

Participou na colectânea “Poesia de Amarante/anos 80”.

Maria Eulália Macedo faleceu a 4 de Dezembro de 2011.

Lala Macedo - Menina Lalinha - neste dia, como em todos os outros, sentimos a sua ausência no Café Bar e o(s) tempo(s) de falarmos deste(s) tempo(s). E lembramo-nos de si.

Com saudade,

Pedro Barros

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

94 anos sobre a Revolta do Reviralho (3 fevereiro 1927)

Trincheira das forças revoltosas na Praça da Batalha, ao cimo da rua de Santo António, no Porto 

Em Fevereiro de 1927 rebentaram no Porto e em Lisboa as primeiras revoltas contra a ditadura militar, conhecidas como reviralho.

O levantamento começou no Porto, a 3 de Fevereiro, sob o comando do general Sousa Dias, apoiado por várias forças militares: Caçadores 9, e as unidades militares de Amarante, Penafiel, Valença, Vila Real, Lamego, Vila Real e Chaves, e a GNR,  As forças revoltosas apoderaram-se do Quartel General, do Governo Civil e dos Correios e Telégrafos. Aos militares revoltosos juntaram-se algumas centenas de civis. 

No direção do combate à revolta esteve o Ministro da Guerra, Coronel Passos e Sousa que dirigiu as operações a partir do Quartel da Serra do Pilar, onde estava sedeada a Artilharia 5, tendo apoio de reforços vindos da Covilhã e de Braga e de um contingente de 1200 homens vindos de Lisboa por via marítima. 

Existem estimativas que terão estado envolvidos nos confrontos cerca de 2.500 revoltosos e cerca de 4.000 efectivos militares afectos ao Governo. 

Contudo, a revolta acabaria por abortar no dia 7 de fevereiro, sendo notória a falta de comunicação entre os revoltosos.

Em Lisboa, a revolta iniciou-se a 7 de fevereiro, quando já tinha terminado no Porto, estendendo-se até 9 de fevereiro e foi liderado pelo Coronel Mendes dos Reis. 

Sem apoios do Exército, foram os marinheiros de Alcântara e do Arsenal da Marinha que iniciaram a revolta, sob o comando do Almirante Câmara Leme e do Tenente da Armada Agatão Lança.

Registaram-se, ainda, acontecimentos na Figueira da Foz, a 3 de fevereiro, no Algarve nos dias 4 e 5 (Vila Real de Santo António, Tavira e Faro) e intentonas em Évora, Setúbal, Barreiro, S. Julião da Barra, Amadora, Queluz. Mafra, Abrantes, Tancos, Entroncamento, Leiria, Castelo Branco, Coimbra, Mealhada, Cantanhede, Aveiro, Viseu, Alijó e Valpaços.

Era o fracasso da revolta conhecido por reviralho.

A maioria do exército esteve com a ditadura no poder e a revolta foi vencida depois de violentos combates.

Cerca de 190 pessoas morreram (entre soldados e civis), 900 ficaram feridas e perto de mil revolucionários foram deportados para África.

Em consequência desta tentativa de golpe, muitos militares do quartel de Artilharia de Amarante seriam presos e deportados para a Madeira e julgados e deportados para as Colónias Ultramarinas e muitos civis seriam igualmente presos, demitidos dos seus cargos e empregos ou exilados sendo o nome mais conhecido o do Dr. António Lago Cerqueira.



sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Feliz Ano Novo 2021

                                                

Feliz Ano Novo de 2021

No dia em que começa um ano cheio de incertezas, faço votos para que possamos rapidamente recuperar a nossa liberdade e o pleno acesso à cultura.
Sirvo-me do bilhete postal ilustrado acima, em cujo verso se pode ler:
Com respeitosa estima, em meu nome e de minha família, brindo por V. Exa, desejando-lhe muito Boas-festas e contínuas venturas no Novo Anno. 
Porto, 1º de Janeiro de 1912.
Hilda Ophélia da Paz dos Reis 


segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

68º Aniversário da morte de Teixeira de Pascoaes

 


Passam hoje 68 anos sobre a morte de um dos maiores escritores do século XX, Teixeira de Pascoaes (1877-1952).
Para assinalar a data, o Centro de Estudos Amarantinos e o Centro Cultural de Amarante prestaram uma singela homenagem na campa do poeta no cemitério de Gatão que terminou com a leitura da "Canção de uma Sombra".

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Morreu o Professor Eduardo Lourenço


 Morreu hoje - 1 de dezembro de 2020 - o Professor Eduardo Lourenço, um dos grandes pensadores da portugalidade. 

Todos nos reencontramos no seu pensamento, na sua capacidade e profundidade de pensamento, no seu humor permanente e na sua simplicidade contagiante que faziam dele um ser superior. 

O nosso pensamento está com o Professor Eduardo Lourenço que nos deixa sem vir a Amarante saldar uma dívida que dizia ter para com Pascoaes.  

Com a devida vénia, como singela homenagem, deixamos aqui o trailer do documentário "O Labirinto da Saudade", de Miguel Gonçalves Mendes, que será exibido hoje na RTP. 

Até sempre, Professor.

sábado, 4 de julho de 2020

Arte de Ser Português - Teixeira de Pascoaes

Dois excertos da apresentação de Miguel Esteves Cardoso ao livro de Teixeira de Pascoaes, "Arte de Ser Português", Biblioteca de Editores Independentes, 2007.

"Quando Pascoaes inventou Portugal não se deu conta do que tinha feito: pensou que se tinha limitado a descobri-lo. Quando imaginou os Portugueses, entregando-lhes as palavras e as visões que só a ele pertenciam,enganou-se. Os Portugueses de Pascoaes nem sequer existiam. Pascoaes nunca percebeu que era tudo invenção dele. Escreveu um livro,a Arte de Ser Português, recusando a responsabilidade da criação, na ânsia de ser apenas um espectador.
Pascoaes não queria ser mais um poeta. Queria servir, servir e pertencer. Não queria ficar de fora nem sozinho. Queria escrever, mas escrever como quem presta um serviço: um serviço de observar, de ouvir, de escrever. Não queria ser mais um escritor português. Queria ser o escritor através do qual escrevia Portugal. Nem menos!"

"A vítima do livro é o autor, que continua por ler, que continua afastado dos nossos dias, que continua a bater-nos à porta, com o mesmo desejo de entrar. Nós continuamos cegos e surdos. Pascoaes continua a ver e a ouvir de mais. Um dia Portugal e Pascoaes hão-de resolver-se. Não se pode falar em reconciliações, porque Pascoaes nunca desesperou, nunca se zangou com Portugal. Portugal é que nunca lhe ligou.
Um dia há-de regressar. E não será como estrangeiro, nem como louco. Há-de voltar como sempre quis, como se já cá estivesse estado. Como um velho poeta que volta à casa antiga e vê palavras suas, treslidas e transformadas, vivas, nas mãos e nas bocas das pessoas, das más e das boas, perdidas no tempo mas espalhadas por toda a parte.
E Pascoaes terá o seu sossego e nós sossegaremos com isso. Até morre também ele, e esquecer-se tudo isto, por outras razões e por causa de outros Portugueses, mas sempre com a mesma desculpa, e amor, e o nome de Portugal escrito em letras altas em nossas almas."