sábado, 20 de novembro de 2010

Emilio Biel - Um notável empreendedor

Fotógrafo alemão, considerado um dos percursores da Fotografia em Portugal, Emilio Biel, veio para o Porto no ano de 1860, com apenas 22 anos. Tornou-se proprietário de diversos "ateliers" fotográficos: Antiga Casa Fritz", na Rua do Almada e, mais tarde, a "E. Biel & Cia" no Palácio do Bolhão, na Rua Formosa. Foi também "photografo da Caza Real", na época do rei D. Fernando de Saxe Coburgo, também de nacionalidade alemã.
Em resultado das suas frequentes viagens pelo país, Biel editou no Porto, entre outras, uma obra de oito volumes - "A Arte e a Natureza em Portugal" - com um capítulo exclusivamente dedicado a esta cidade. O seu espólio, actualmente na posse do Arquivo Histórico Municipal do Porto, é rico de imagens de alta qualidade técnica, estética e documental.
Personalidade multifacetada e um apaixonado por todas as inovações tecnológicas que na época despontavam, foram várias as actividades em que se destacou: instalou a luz eléctrica em Vila Real, foi administrador da Empresa das Águas do Gerês, conduziu o primeiro carro eléctrico que fez a carreira da Batalha às Devesas, introduziu a primeira instalação de luz eléctrica no Porto e o primeiro telefone. A par deste interesse pela inovação tecnológica, Biel também se dedicava a coleccionar animais, em especial borboletas, que se encontram no Museu de Zoologia, da Universidade do Porto, e cuja colecção é considerada uma das maiores do mundo.
O uso industrial da fototipia, introduzida em Portugal por Carlos Relvas, foi possivelmente a área onde a actividade empresarial de Emílio Biel mais se distinguiu, facto a que não terá com certeza sido alheio o seu interesse pela fotografia. À época em que o Bilhete Postal Ilustrado (BPI) iniciou no nosso país a sua idade de ouro, Emílio Biel dispunha assim já de uma elevada sensibilidade artística, à qual se associavam todos os recursos técnicos necessários para lhe permitir converter-se num dos nossos principais editores (tendo produzido cerca de 500 BPI, dos quais pelo menos cerca de metade dizem respeito à cidade do Porto).

1 comentário:

Jorge Aragão disse...

Conheço faz tempo alguma da obra de Emílio Biel, além de ter um amigo seu descendente.
Dele possuo, por herança do meu Avô, uma edição "critica-commemorativa" dos Lusíadas publicada no Porto e dedicada ao Imperador D.Pedro II, impressa na "Typographia Giesecke e Devrient", Leipzig,MDCCCLXXX, antiguinha, pois, uma relíquia de família...