
Em resultado das suas frequentes viagens pelo país, Biel editou no Porto, entre outras, uma obra de oito volumes - "A Arte e a Natureza em Portugal" - com um capítulo exclusivamente dedicado a esta cidade. O seu espólio, actualmente na posse do Arquivo Histórico Municipal do Porto, é rico de imagens de alta qualidade técnica, estética e documental.
Personalidade multifacetada e um apaixonado por todas as inovações tecnológicas que na época despontavam, foram várias as actividades em que se destacou: instalou a luz eléctrica em Vila Real, foi administrador da Empresa das Águas do Gerês, conduziu o primeiro carro eléctrico que fez a carreira da Batalha às Devesas, introduziu a primeira instalação de luz eléctrica no Porto e o primeiro telefone. A par deste interesse pela inovação tecnológica, Biel também se dedicava a coleccionar animais, em especial borboletas, que se encontram no Museu de Zoologia, da Universidade do Porto, e cuja colecção é considerada uma das maiores do mundo.
O uso industrial da fototipia, introduzida em Portugal por Carlos Relvas, foi possivelmente a área onde a actividade empresarial de Emílio Biel mais se distinguiu, facto a que não terá com certeza sido alheio o seu interesse pela fotografia. À época em que o Bilhete Postal Ilustrado (BPI) iniciou no nosso país a sua idade de ouro, Emílio Biel dispunha assim já de uma elevada sensibilidade artística, à qual se associavam todos os recursos técnicos necessários para lhe permitir converter-se num dos nossos principais editores (tendo produzido cerca de 500 BPI, dos quais pelo menos cerca de metade dizem respeito à cidade do Porto).
1 comentário:
Conheço faz tempo alguma da obra de Emílio Biel, além de ter um amigo seu descendente.
Dele possuo, por herança do meu Avô, uma edição "critica-commemorativa" dos Lusíadas publicada no Porto e dedicada ao Imperador D.Pedro II, impressa na "Typographia Giesecke e Devrient", Leipzig,MDCCCLXXX, antiguinha, pois, uma relíquia de família...
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