segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

14 de Dezembro

"O Hermínio. Trazia o coração nas mãos e dava-as, como uma criança enorme, quando encontrava os amigos. A apertá-los muito nos braços. A ver o melhor neles. A levá-los ao melhor. A escrever, a traduzir, a cantar, a dançar, a comer, a beber. Uma força viva, íntegra. Tão em festa entre ervas e pássaros como no grande crepúsculo das cidades."

"O Amor Todo" - Texto de Alexandra L. Coelho, na morte do poeta-editor, in Público 4/06/2001

Manuel Hermínio Monteiro foi um grande sonhador. O homem que na Assírio & Alvim levou longe o sonho de manter viva a obra de Teixeira de Pascoaes, publicando-a quando todos fugiam dela. Com dificuldades que ultrapassava com uma simpatia do tamanho do Mundo como só um transmontano é capaz de ter.
Neste 14 de Dezembro, ao evocar Pascoaes tenho que evocar também o Manuel Hermínio Monteiro. E agradecer. Porque o reconhecimento é um dos mais nobres sentimentos do Homem.
O Herminio deixou-nos há 8 longos anos mas a sua vida e obra viverá para sempre nas nossas memórias.
Lembro sempre o dia em que o Hermínio aceitou o desafio de vir a Amarante assistir ao despique dos bombos nas Festas do Junho. Os seus olhos de espanto e a comunhão que nos irmana perante as manifestações ancestrais do ser humano.
Obrigado por tudo, Amigo.

Sem comentários: