segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Centenário do Nascimento de Alexandre Pinheiro Torres


 No dia em que se assinalam 100 anos sobre o nascimento de Alexandre Maria Pinheiro Torres, ocorrido às 4.45h do dia 27 de dezembro de 1921, no edifício do Hotel Silva, situado na Rua Almirante Cândido dos Reis, filho de João Maria Pinheiro Torres e de Margarida Francisco da Silva Torres, partilhamos o postal máximo editado pelo Centro de Estudos Amarantinos (CEAmt). 

Deixamos ainda o desafio de leitura de uma das mais de três dezenas de obras publicadas, tomando a liberdade de sugerir "Espingardas e Música Clássica", romance dos anos 60, com locais, tiques e ambiências da nossa amarantidade.  


Centenário do Nascimento de Alexandre Pinheiro Torres - 27 de dezembro


27 de dezembro de 2021. Cerimónia de descerramento de placa comemorativa do Centenário do Nascimento de Alexandre Pinheiro Torres (1921-2021), na casa onde viveu na Rua de S. Pedro nº1, na Póvoa de Varzim.
Por Amarante, lemos "Espingardas e Música Clássica". 
No Hotel Silva, na Confeitaria Mário, na Casa dos Macedos, no Mosteiro, na Ponte, na Ínsua, no Tâmega. Não é assim Sr. Mário, João Macedo, Maria Emília Melo?

 

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

69º Aniversário da morte de Teixeira de Pascoaes

 Passam hoje 69 anos sobre a morte de um dos maiores escritores do século XX, Teixeira de Pascoaes (1877-1952).

Para assinalar a data, o Centro de Estudos Amarantinos (CEAmt) prestou uma singela homenagem na campa do poeta, no cemitério de Gatão, Amarante, que terminou com a leitura de poemas e uma intervenção do Presidente da Direção do CEAmt, Pedro Barros, sobre a importância de divulgação da obra de Pascoaes, em especial junto dos jovens.

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Centenário do Nascimento do Professor António Fernandes da Fonseca

 


O Professor António Fernandes da Fonseca nasceu a 4 de agosto de 1921, na freguesia de Gondar, Amarante.

Nascido num país que só lhe permitiu ter acesso à escola primária aos 10 anos de idade, o jovem António teve o apoio presente, dedicado e protector de sua mãe, Rosa Fernandes, e de seu pai, Manuel Ribeiro da Fonseca que em tempos de crise e fome ansiavam por um futuro para o seu filho.

Depois da Escola Primária de Ovelhinha, seguiu-se o Colégio de S. Gonçalo, em Amarante, e o Liceu Rodrigues de Freitas. Cursou Medicina concluindo a licenciatura em 1947 e o doutoramento em 1959.

Como amarantino, manteve sempre as ligações à terra que o viu nascer, e nunca esqueceu a importância de ter tido o privilégio de ter conhecido Teixeira de Pascoaes, e de se ter deixado marcar pela poesia dessa figura maior das nossas letras, e de privar a ambiência cultural da época em Amarante com Alexandre Pinheiro Torres, Ilídio Sardoeira, Manuel Amaral, Fernando dos Reis, Teixeira de Queiroz, entre outros, escrevendo o primeiro livro de poesias “Cantos Saudosos”, em 1940, impresso na emblemática Tipografia Flor do Tâmega de Pedro Carneiro.

Em definitivo, António Fernandes da Fonseca marcou de forma indelével o seu tempo e o seu exemplo como médico, investigador, homem de cultura, político e cidadão de causas perduram como legado de alguém que esteve à frente do seu tempo e é exemplo a seguir para as novas gerações de médicos, investigadores e de cidadãos comprometidos com a sua comunidade.

Foi Director Clínico do Hospital Conde Ferreira, criou e organizou a partir de 1961 o Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina do Porto – Hospital de S. João.

Viveu com intensidade “o dia inicial inteiro e limpo/ Onde emergimos da noite e do silêncio/ E livres habitamos a substância do tempo”, de que falava Sophia.

Quis fazer, ajudar, ensinar, construir um novo tempo.

Foi deputado. Foi responsável pela criação dos cursos de psicologia nas Universidades Portuguesas. Presidiu a uma comissão de “Reforma da Saúde Mental”.

Escreveu dois Tratados de Psiquiatria e Psicopatologia.

Presidiu à Sociedade Portuguesa de Psiquiatria, à Assembleia Psiquiátrica de Língua Portuguesa e à Associação Europeia de Psiquiatria Social. Foi membro da Real Academia de Medicina de Madrid e “Fellow” da Academia de Medicina e Psiquiatria de Nova Iorque.

Foi membro fundador do Centro Transdisciplinar de Estudos de Consciência da Universidade Fernando Pessoa e coordenador do protocolo dos Cursos de Mestrado em Psicologia entre a Universidade Luterana do Brasil e a Universidade Fernando Pessoa.

Escreveu psicobiografias dedicadas a grandes figuras - Teixeira de Pascoaes, Fernando Pessoa, Sigmund Freud, Ortega y Gasset, e Ernest Hemingway.

Na mudança do milénio, revisitou antigas memórias, amores pela terra amarantina e sua cultura, escrevendo em 2002 um livro Encontros com Teixeira de Pascoaes (Um regresso ao poeta), em 2004 Contos de um Espírito Inquieto e em 2007 Poemas Fora do Tempo (Em memória de Teixeira de Pascoaes).

Pascoaes, sempre Pascoaes.

António Fernandes da Fonseca entendia que o seu patrono que um dia lhe escreveu uma simpática carta agradecendo o seu primeiro livro de poesias merecia mais, muito mais, e envolveu-se afincadamente no projecto de criação da Fundação Teixeira de Pascoaes (no qual tive a honra de participar a seu convite) mas que infelizmente não conseguiu levar a bom porto.

Nesta hora em que prestamos este singelo tributo, com saudade, reconhecemos o homem bom e a sua obra como exemplo para sermos cada dia melhores cidadãos.

(Excertos de comunicação apresentada na sessão evocativa realizada na FMUP/CHUSJ, em 4 de agosto de 2021)

quinta-feira, 29 de julho de 2021

Homenagear um Poeta | Pedro Tamen

 A Luz que Vem das Pedras


A luz que vem das pedras, do íntimo da pedra,
tu a colhes, mulher, a distribuis
tão generosa e à janela do mundo.
O sal do mar percorre a tua língua;
não são de mais em ti as coisas mais.
Melhor que tudo, o voo dos insectos,
o ritmo nocturno do girar dos bichos,
a chave do momento em que começa o canto
da ave ou da cigarra
— a mão que tal comanda no mesmo gesto fere
a corda do que em ti faz acordar
os olhos densos de cada dia um só.
Quem está salvando nesta respiração
boca a boca real com o universo?

Pedro Tamen

Morreu Pedro Tamen *

Pedro Tamen, 86 anos, morreu hoje em Setúbal, onde estava hospitalizado. Dedicou mais de 50 anos à poesia, longamente premiada, mas sem abdicar do vício da tradução.

Pedro Tamen estreou-se em 1956 com "Poema para todos os dias", em edição de autor, pouco antes de assumir a direção da editora Moraes, até 1975 e onde dinamizou a coleção "Círculo de Poesia".

A extensa obra poética foi coligida em diferentes ocasiões, nomeadamente em "Tábua das Matérias" (1991) e "Retábulo das Memórias" (2013), com cerca de mil páginas, coligindo 19 livros e poemas soltos.

Pedro Mário de Alles Tamen, nascido em Lisboa em 1934, licenciou-se em Direito na Universidade de Lisboa, mas não exerceu; integrou o jornal Encontro, da Juventude Universitária Católica, foi cineclubista, professor do ensino secundário, diretor-adjunto da revista Flama e editor em O Tempo e o Modo.

Nos anos 1970 integrou ainda a primeira direção da Associação Portuguesa de Escritores.

Foi administrador da Fundação Calouste Gulbenkian durante mais de duas décadas, entre 1975 e 2000, com o pelouro das Belas-Artes. No final desse ano, depois de se reformar da fundação, iniciou a tradução do romance em sete volumes "Em busca do tempo perdido", de Marcel Proust.

Além de Proust, Pedro Tamen traduziu obras de Flaubert, Camilo Jose Cela, Georges Pérec, Jean Paul Sartre, Gabriel Garcia Marquez, Mario Vargas Llosa e Michel Foucault.

Pedro Tamen teve um percurso literário premiado, nomeadamente com o Grande Prémio de Tradução Literária, em 1990, o Prémio da Crítica da Associação Portuguesa de Críticos Literários, em 1991, o Prémio P.E.N. de Poesia, em 2001, o Prémio Luís Nava, em 2006.

Em 2010 venceu o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, com "O livro do sapateiro", e no ano seguinte o Prémio Literário Casino da Póvoa.

Em 1993, foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

* Com Lusa

terça-feira, 8 de junho de 2021

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN

 25 de Abril


Esta é a madrugada que eu esperava

O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio

E livres habitamos a substância do tempo. 

 Sophia de Mello Breyner Andresen, O Nome das Coisas, 1974



9JUN2021 . Informação complementar:

Sophia de Mello Breyner Andresen venceu o Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes em 1977 - lançado por ocasião das Comemorações do Centenário do nascimento do poeta do Maranus - com o livro "O Nome das Coisas". A obra foi publicada na Colecção Círculo de Poesia da Moraes Editores, tendo uma 2ª edição publicada em 1986 pelas Edições Salamandra. 


quarta-feira, 5 de maio de 2021

5 de maio - Dia Mundial da Língua Portuguesa

 A 5 de maio assinala-se o Dia Mundial da Língua Portuguesa, reconhecimento que a UNESCO formalizou em 2020, colocando a nossa língua no mesmo patamar das línguas oficiais das Nações Unidas (árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo).  

A língua portuguesa é falada por mais de 260 milhões de pessoas, com elevado potencial de crescimento, sendo um importante activo que Portugal tem tratado com manifesto desleixo. Talvez um dia os nossos políticos percebam os erros que têm cometido em aventuras como acordos ortográficos e coisas similares.

Em julho de 2017, fiz uma intervenção em Santiago de Compostela, num seminário que tinha como tema "A língua como oportunidade", num painel "A oportunidade do espaço galaico-luso-afro-américo-asiático", de que deixo algumas passagens:

"Permitam-me que cite o meu conterrâneo Teixeira de Pascoaes na dedicatória do poema “Luz Final” (de 1925) a Afonso Castelao e a Álvaro Cebreiro e os cumprimente com “o mais antigo e fraternal abraço”.

Venho de Amarante, da Galiza do lado de lá do rio Minho, traçando caminhos de Santiago, de espiritualidade, de cultura, de língua, de irmandade, mas também de economia e de globalização.

 No seu livro "A Galiza, o galego e Portugal", Manuel Rodrigues Lapa afirma que "Portugal não pára nas margens do Minho: estende-se naturalmente, nos domínios da língua e da cultura, até às costas do Cantábrico. O mesmo se pode dizer da Galiza: que não acaba no Minho, mas se prolonga, suavemente, até às margens do Mondego".

Teixeira de Pascoaes escrevia nos anos 20 nas revistas “Nós” e a “A Nossa Terra” e na intensa correspondência trocada com os intelectuais galegos e realçava a ligação de Portugal à Galiza escrevendo na dedicatória do seu livro “Marânus”:

“Galiza, terra irmã de Portugal

Que o mesmo Oceano abraça longamente;

Berço de brancas névoas refulgindo

O espírito do sol amanhecente;

Altar de Rosalía e de Pondal

Iluminado a lágrimas acesas,

Entre pinhais, aos zéfiros, carpindo

Mágoas da terra e místicas tristezas;

A ti dedico o livro que uma vez,

Embriagado de sombra e solidão,

Compus sobre os fraguedos do Marão

Este livro saudoso e montanhês.”

O mesmo Pascoaes que nasceu 2 anos depois da sua morte, há-de escrever sobre a vossa, e permitam-me também nossa, Rosalía de Castro:

“Divina Rosalía. Ó Santa protetora

Da terra da Galiza, a nossa terra Mãe!”

Pascoaes, Teixeira, como o tratavam por cá, tem intensa relação com os intelectuais galegos da época, Noriega Varela, Vicente Risco, Alvaro Cebreiro, Vicente Viqueira, Afonso Castelao, Francisco Luís Bernárdez, tendo sido visitado em Amarante, que também considerava Galiza, por muitos deles.

Convicto Iberista, Teixeiras de Pascoaes já antes tinha estado em 1905 em Salamanca e conhecido Miguel Unamuno com quem manteve ligações tendo D. Miguel visitado Amarante, e em 1918 deslocou-se a Barcelona a convite de Eugénio d’Ors onde proferiu uma conferência sobre os “Poetas Lusíadas”.

Mas não venho só com Teixeira de Pascoaes.

Para falar de língua e de “nós” é incontornável servir-me de Fernando Pessoa e do seu heterónimo Bernardo Soares no “Livro do desassossego” (1931), 

Minha pátria é a língua portuguesa”

E quase poderia ficar por aqui.

Mas como se diz na minha terra, “atrás de uma serra está sempre outra”, trago comigo outro grande nome da nossa cultura, Virgílio Ferreira, que em 1991, no discurso de entrega do Prémio Europália disse, com solenidade:

“Da minha língua vê-se o mar”

O orgulho não é um exclusivo dos grandes países, porque ele não tem que ver com a extensão de um território, mas com a extensão da alma que o preencheu. A alma do meu país teve o tamanho do mundo. Estamos celebrando a gesta dos portugueses nos seus descobrimentos. Será decerto a altura de a Europa celebrar também o que deles projectou na extraordinária revolução da sua cultura. Uma língua é o lugar donde se vê o mundo e de ser nela pensamento e sensibilidade. Da minha língua vê-se o mar. Na minha língua ouve-se o seu rumor como na de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto. Por isso a voz do mar foi em nós a da nossa inquietação. Assim o apelo que vinha dele foi o apelo que ia de nós. E foi nessa consubstanciação que um novo espírito se formou, como foi outro o espírito da Europa inteira na reconversão total das suas evidências.

Poderia socorrer-me de muitos outros cultores da nossa língua, de todas as geografias, do Brasil, de África, mas fico-me pelo vosso Alfonso Castelao:

“A nossa língua floresce em Portugal”."

...

"Feitos os cumprimentos e estabelecido o ponto de partida, importa falar das oportunidades da língua portuguesa como plataforma global de ser e de estar, placa giratória no processo irreversível de globalização, numa lógica de integração, respeito pelas diversidades, valores éticos, culturais e por aquilo que mais nos diferencia que é o humanismo do Padre António Vieira.

Uma plataforma global que enfrente sem tibiezas e com determinação o desafio da economia como factor de desenvolvimento dos povos, justo e decente, no respeito pelos designados objectivos de desenvolvimento do milénio (ODM’s).

De que ponto partimos?

- Somos hoje a 4ª língua mais falada do mundo com 270 milhões de falantes;

- Em 2050 seremos 387 milhões;

- Em 2100 seremos 487 milhões;

- A CPLP é composta por 9 Estados membros e representa 7,2% da terra do planeta, repartida por 4 continentes.

- Vivemos em conjunto imensos desafios:

i) A construção da União Europeia;

ii) A construção do Mercosul;

iii) África;

iv) A formatação das relações com a China;

v) A formatação das relações com a Índia;

vi) As alterações climáticas.

Cada um destes desafios, só por si, seria demasiado grande para nos alcandorarmos a enfrentá-lo.

Será assim?

Se pensarmos naqueles que há 500 anos, sem os meios próximos dos que dispomos hoje, se abalançaram na descoberta de novos mundos iniciando o fenómeno de globalização, quem melhor que nós para revisitar estes desafios, com certeza, cheios de Adamastores mas também com Ilhas dos Amores?

Se me pedissem um lema para esta nova globalização a partir da língua portuguesa, diria que o objectivo seria o de construir uma parceria interpares em que todos contribuímos para o esforço colectivo de desenvolvimento humano partindo de uma parceria global para o desenvolvimento assente no humanismo e no respeito pela Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Sim, é possível haver desenvolvimento económico equilibrado à escala global com respeito pela pessoa humana, proporcionando educação, saúde e oportunidades de felicidade  e sem a exploração desmedida e irresponsável dos recursos do planeta.

O que devemos esperar do futuro?

Respondo: vontade e determinação em o construir, em trabalhar num futuro justo e decente para todos, irreverente, em que ninguém é deixado para trás e em que cada um assume a sua quota parte de responsabilidade individual e colectiva.

Um futuro que tenha como motores de desenvolvimento a Educação, a Economia e a Sustentabilidade Ambiental, na linha dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.

E como é que isto se faz, dirão algumas vozes? Já não se tentou em diferentes momentos e de diferentes maneiras? E que resultados temos para apresentar? Estamos hoje melhor que ontem? Resolvemos o problema da fome e da exploração? Resolvemos os desafios da educação, da saúde e da demografia? Não temos hoje fenómenos de migrações? O mundo não está muito mais inseguro e perigoso? Não somos confrontados diariamente com fenómenos organizados de terrorismo equiparados a estados? Não há muito mais violação dos direitos humanos e intolerância? Não há muito mais concentração da riqueza em cada vez menos pessoas? Não estamos numa escalada de miséria humana? Não estaremos a caminho da destruição?

Tudo questões justas, pertinentes e que, mais cedo que tarde, deixarão de estar no écran da televisão e nos irão tocar na roupa ou na carne. A nós e aos nossos porque hoje tudo acontece à velocidade da luz.

É por isso que o tempo urge, estando confiante que temos o tempo necessário e adequado para fazer o que é preciso ser feito, de forma organizada e estruturada, utilizando os recursos financeiros e humanos disponíveis, de forma adequada.

 É verdade que já se tentou e que ficamos longe dos objectivos. Mas esses revezes tiveram a vantagem de nos mostrar que estamos mais próximos porque sabemos hoje melhor o que nos falta fazer mas, sobretudo, como não devemos fazer.

Sabemos que despejar dinheiro em cima dos problemas nada resolve, que não apostar em educação é o erro originário e que toda a cooperação que não seja interpares e respeitadora da pessoa humana buscando apenas resultados económicos imediatos não é uma cooperação humanista.

Aqui chegados, importa perceber qual o papel que os Estados e as suas instituições pública e privadas pretendem jogar e aquele que lhe é, ou deveria ser, reservado.

Será que os Estados, a braços com a crise das dívidas públicas, as opiniões públicas internas e as provas de vida eleitorais, estão disponíveis para pensar à escala global?

Não há dúvida que sim porque deste reequilíbrio dependerá o seu futuro.

Como deste futuro dependerá o futuro da União Europeia e, sob pressão, todos os poderes evitarão o caos e a destruição logo que o tenham como uma possibilidade expectável.

É por isso que as instituições públicas dos Estados e as instituições privadas continuaram a jogar um papel decisivo na preparação dos processo decisórios com vista a uma nova abordagem destas velhas questões de muitas décadas.

Mas que ninguém se iluda nem, por via disso, se desresponsabilize porque esta não é tarefa de nenhum Estado nem de nenhuma instituição de Estados, por mais forte e poderosa que seja, nem de nenhum Organização Não Governamental (ONG), nem de nenhuma instituição universal.

Ao contrário, será uma tarefa de cada cidadão que, juntando, juntando sempre, será capaz de alertar, sensibilizar, reflectir, planear, aprovar e executar, fazendo mover as instituições privadas que serão capazes de alertar, sensibilizar, reflectir, planear, aprovar e executar, fazendo mover os Estados e as instituições de Estados para a inevitabilidade de vivermos um Mundo e num Mundo melhor.

Se tivermos tempo, poderemos discutir as teias da burocracia da União Europeia, a dimensão dos lobbies, a permissividade de quem tem poder face a quem não existe por não estar constituído como lobbie e espaço em Bruxelas.

Do que vem de ser dito, pode depreender-se que esta é uma tarefa para quem acredita que sozinho pode mudar o mundo, logo, condenada ao insucesso, pessoal e de milhões de cidadãos que merecem e exigem o nosso empenhamento sério e responsável.

 Apesar de tudo, sei que vale a pena lutar por princípios individuais, pela sobrevivência, da espécie e do planeta, pelo que se nos exige fazer mais e melhor por todos.

Aqui chegados, e sem prejuízo do aprofundamento de algumas destas áreas de pensamento, impõe-se perspectivar o papel da língua como factor acelerador e cimento agregador na construção do futuro de uma parte da população do planeta, e no papel a desempenhar pelos diversos níveis de instituições."

...

"UNIDOS PELA LÍNGUA PORTUGUESA NA CONSTRUÇÃO DE UM MUNDO MELHOR"


domingo, 25 de abril de 2021

Evocação do 25 de abril de 1974

Tempo de lembrar a liberdade, os primados da ética e da justiça e a importância da solidariedade. A vida em sociedade faz-se com todos.

25 de abril, Sempre.

terça-feira, 23 de março de 2021

Centenário do nascimento Maria Eulália Macedo 1921-2021

Hoje, 21 de março, assinalam-se várias datas de relevo: Dia Mundial da Poesia; da Árvore ou da Floresta; o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial e o da Síndrome de Down.

Assinala-se, também, o dia do Centenário do Nascimento de Maria Eulália Macedo.

A 21 de março de 1921, nasceu na freguesia de S. Gonçalo, Maria Eulália Macedo.

Nascida numa das mais conhecidas famílias amarantinas, Eulália Macedo teve uma vida marcada pelo convívio com homens e mulheres da cultura, como Teixeira de Pascoaes, Maria da Glória Teixeira de Vasconcelos, Maria do Carvalhal, Sophia de Mello Breyner Andresen, Germana Tânger, Alexandre Pinheiro Torres, João de Vasconcelos, Jacinto Prado Coelho, Maria Ondina Braga, entre muitos outros.

Mulher de cultura, grande humanista, foi sempre uma mulher do povo que cantou a sua terra e as mulheres da sua rua.

Foi professora, catequista, escreveu, pensou e, sobretudo, amou a sua terra como a sua terra sempre a amou.

Jacinto do Prado Coelho, na apresentação ao livro “Histórias de Poucas Palavras” escreve: ”Só um temperamento feminino, delicado e vibrátil, poderia ditar as Hiatórias de poucas Palavras… Já em relação às pessoas Maria Eulália Macedo se divide: adere à gente do povo, tem quase um respeito sagrado por certos marginais, a louca, o rapaz epiléptico, ciganos, “filhos do vento”, homens e mulheres curtidos pela vida inclemente, vítimas da miséria ou do desamparo; por vezes, contudo, o seu olhar torna-se mais frio, põe em relevo o pitoresco dos tipos, denuncia a futilidade, o convencionalismo snob das “pessoas especiais”. Distingue entre o trágico e a mediocridade social, a pequenez hipócrita da “comédia humana”.

Domingos Monteiro escreveu no livro “Raízes”: “Maria Eulália Macedo – a Lala – Como a conhecem em Amarante, como há-de ser sempre conhecida no mundo das letras, cresceu à sombra de duas montanhas: Pascoaes e o Marão.Com eles aprendeu a linguagem lírica dos versos e das águas, a grandeza dos horizontes ilimitados, a secura das terras onde pastam rebanhos famintos e a avidez das raízes que mergulham até ao profundo e para sempre irrevelado mistério do Universo.”

Maria Ondina Braga, numa nota ao seu livro “As Moradas Terrenas” escreveu: “Uma escrita fluida e funda que nem um lençol livre de águas-de-nascente. Águas puras e perenes. Um espelho submerso onde a autora de as Moradas Terrenas faz milagrosamente reflectir o real e o divino da Natureza.”

Maria Eulália Macedo escreve no livro “Histórias de Poucas Palavras”: “Sei, de muito longe o sei, que para mim o único remédio é amar. Amar as coisas e amar as pessoas, amar as cores, as mutações da hora, o ciclo das estações, amar o tempo de ser, de lembrar, de colher. Sei que amo tudo o que comigo está comprometido na eterna aventura de existir. Amo as palavras. Digo: estrada – navio – lua – cais – areia – e é como se elas fossem meus filhos, minha mãe, meus irmãos. Ou como se em tudo visse os olhos verdes do menino que para sempre amei…”

Anos mais tarde, numa entrevista à revista “Amarante Magazine”, no registo da “Canção de uma Sombra”, de Teixeira de Pascoaes, o mais genuíno hino à amarantinidade, disse que “Sem Amarante não seria o que sou”.

Publicou vários livros:

“Construção de Vento Norte”, 1969, Prémio SNI 1968, dedicado a Maria Ondina Braga, amiga de uma vida;

“Raízes”, 1970;

“Histórias de Poucas Palavras” (contos e novelas), em 1971, com apresentação de Jacinto Prado Coelho, reeditado em 2009;

“As Moradas Terrenas”, 1994, com introdução de Alexandre Pinheiro Torres e notas de Maria Cecília Meireles e Maria Ondina Braga.

Participou na colectânea “Poesia de Amarante/anos 80”.

Maria Eulália Macedo faleceu a 4 de Dezembro de 2011.

Lala Macedo - Menina Lalinha - neste dia, como em todos os outros, sentimos a sua ausência no Café Bar e o(s) tempo(s) de falarmos deste(s) tempo(s). E lembramo-nos de si.

Com saudade,

Pedro Barros

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

94 anos sobre a Revolta do Reviralho (3 fevereiro 1927)

Trincheira das forças revoltosas na Praça da Batalha, ao cimo da rua de Santo António, no Porto 

Em Fevereiro de 1927 rebentaram no Porto e em Lisboa as primeiras revoltas contra a ditadura militar, conhecidas como reviralho.

O levantamento começou no Porto, a 3 de Fevereiro, sob o comando do general Sousa Dias, apoiado por várias forças militares: Caçadores 9, e as unidades militares de Amarante, Penafiel, Valença, Vila Real, Lamego, Vila Real e Chaves, e a GNR,  As forças revoltosas apoderaram-se do Quartel General, do Governo Civil e dos Correios e Telégrafos. Aos militares revoltosos juntaram-se algumas centenas de civis. 

No direção do combate à revolta esteve o Ministro da Guerra, Coronel Passos e Sousa que dirigiu as operações a partir do Quartel da Serra do Pilar, onde estava sedeada a Artilharia 5, tendo apoio de reforços vindos da Covilhã e de Braga e de um contingente de 1200 homens vindos de Lisboa por via marítima. 

Existem estimativas que terão estado envolvidos nos confrontos cerca de 2.500 revoltosos e cerca de 4.000 efectivos militares afectos ao Governo. 

Contudo, a revolta acabaria por abortar no dia 7 de fevereiro, sendo notória a falta de comunicação entre os revoltosos.

Em Lisboa, a revolta iniciou-se a 7 de fevereiro, quando já tinha terminado no Porto, estendendo-se até 9 de fevereiro e foi liderado pelo Coronel Mendes dos Reis. 

Sem apoios do Exército, foram os marinheiros de Alcântara e do Arsenal da Marinha que iniciaram a revolta, sob o comando do Almirante Câmara Leme e do Tenente da Armada Agatão Lança.

Registaram-se, ainda, acontecimentos na Figueira da Foz, a 3 de fevereiro, no Algarve nos dias 4 e 5 (Vila Real de Santo António, Tavira e Faro) e intentonas em Évora, Setúbal, Barreiro, S. Julião da Barra, Amadora, Queluz. Mafra, Abrantes, Tancos, Entroncamento, Leiria, Castelo Branco, Coimbra, Mealhada, Cantanhede, Aveiro, Viseu, Alijó e Valpaços.

Era o fracasso da revolta conhecido por reviralho.

A maioria do exército esteve com a ditadura no poder e a revolta foi vencida depois de violentos combates.

Cerca de 190 pessoas morreram (entre soldados e civis), 900 ficaram feridas e perto de mil revolucionários foram deportados para África.

Em consequência desta tentativa de golpe, muitos militares do quartel de Artilharia de Amarante seriam presos e deportados para a Madeira e julgados e deportados para as Colónias Ultramarinas e muitos civis seriam igualmente presos, demitidos dos seus cargos e empregos ou exilados sendo o nome mais conhecido o do Dr. António Lago Cerqueira.



sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Feliz Ano Novo 2021

                                                

Feliz Ano Novo de 2021

No dia em que começa um ano cheio de incertezas, faço votos para que possamos rapidamente recuperar a nossa liberdade e o pleno acesso à cultura.
Sirvo-me do bilhete postal ilustrado acima, em cujo verso se pode ler:
Com respeitosa estima, em meu nome e de minha família, brindo por V. Exa, desejando-lhe muito Boas-festas e contínuas venturas no Novo Anno. 
Porto, 1º de Janeiro de 1912.
Hilda Ophélia da Paz dos Reis 


segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

68º Aniversário da morte de Teixeira de Pascoaes

 


Passam hoje 68 anos sobre a morte de um dos maiores escritores do século XX, Teixeira de Pascoaes (1877-1952).
Para assinalar a data, o Centro de Estudos Amarantinos e o Centro Cultural de Amarante prestaram uma singela homenagem na campa do poeta no cemitério de Gatão que terminou com a leitura da "Canção de uma Sombra".

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Morreu o Professor Eduardo Lourenço


 Morreu hoje - 1 de dezembro de 2020 - o Professor Eduardo Lourenço, um dos grandes pensadores da portugalidade. 

Todos nos reencontramos no seu pensamento, na sua capacidade e profundidade de pensamento, no seu humor permanente e na sua simplicidade contagiante que faziam dele um ser superior. 

O nosso pensamento está com o Professor Eduardo Lourenço que nos deixa sem vir a Amarante saldar uma dívida que dizia ter para com Pascoaes.  

Com a devida vénia, como singela homenagem, deixamos aqui o trailer do documentário "O Labirinto da Saudade", de Miguel Gonçalves Mendes, que será exibido hoje na RTP. 

Até sempre, Professor.

sábado, 4 de julho de 2020

Arte de Ser Português - Teixeira de Pascoaes

Dois excertos da apresentação de Miguel Esteves Cardoso ao livro de Teixeira de Pascoaes, "Arte de Ser Português", Biblioteca de Editores Independentes, 2007.

"Quando Pascoaes inventou Portugal não se deu conta do que tinha feito: pensou que se tinha limitado a descobri-lo. Quando imaginou os Portugueses, entregando-lhes as palavras e as visões que só a ele pertenciam,enganou-se. Os Portugueses de Pascoaes nem sequer existiam. Pascoaes nunca percebeu que era tudo invenção dele. Escreveu um livro,a Arte de Ser Português, recusando a responsabilidade da criação, na ânsia de ser apenas um espectador.
Pascoaes não queria ser mais um poeta. Queria servir, servir e pertencer. Não queria ficar de fora nem sozinho. Queria escrever, mas escrever como quem presta um serviço: um serviço de observar, de ouvir, de escrever. Não queria ser mais um escritor português. Queria ser o escritor através do qual escrevia Portugal. Nem menos!"

"A vítima do livro é o autor, que continua por ler, que continua afastado dos nossos dias, que continua a bater-nos à porta, com o mesmo desejo de entrar. Nós continuamos cegos e surdos. Pascoaes continua a ver e a ouvir de mais. Um dia Portugal e Pascoaes hão-de resolver-se. Não se pode falar em reconciliações, porque Pascoaes nunca desesperou, nunca se zangou com Portugal. Portugal é que nunca lhe ligou.
Um dia há-de regressar. E não será como estrangeiro, nem como louco. Há-de voltar como sempre quis, como se já cá estivesse estado. Como um velho poeta que volta à casa antiga e vê palavras suas, treslidas e transformadas, vivas, nas mãos e nas bocas das pessoas, das más e das boas, perdidas no tempo mas espalhadas por toda a parte.
E Pascoaes terá o seu sossego e nós sossegaremos com isso. Até morre também ele, e esquecer-se tudo isto, por outras razões e por causa de outros Portugueses, mas sempre com a mesma desculpa, e amor, e o nome de Portugal escrito em letras altas em nossas almas."

domingo, 28 de junho de 2020

Sinais, de Fernando Alves - TSF: Com o Abade de Jazente pela Aboboreira

https://www.tsf.pt/programa/sinais/com-o-abade-de-jazente-pela-aboboreira-12350761.html

sábado, 20 de junho de 2020

De regresso

Estamos de regresso. 
Depois de uma longa ausência, reabrimos este local de encontros e reencontros.
Vamos reaprender a andar. Com calma. Temos tempo.
Até já.

terça-feira, 26 de julho de 2011

ADVERTÊNCIA

Apesar da
...............A d v e r t ê n c i a................
Este é um espaço aberto e de partilha. Copiar os seus conteúdos sem indicar a fonte não é crime. Mas não é bonito!
no canto superior direito deste blogue, acabo de ver, com tristeza, que há pessoas que se apropriam dos conteúdos sem referirem a fonte e, nalguns casos, colocando legendas erradas. O que (também) não é (nada) bonito.
O conhecimento deve ser democrático e universal mas respeitando, sempre, os mais elementares princípios éticos.
Assim sendo, nos próximos dias irei encerrar este blogue.
Pedro Barros Pereira

domingo, 24 de julho de 2011

Luso - Buvete das Termas

Lindíssimo bilhete postal ilustrado "Luso - Buvete das Termas", Hotel dos Banhos - Luso - O melhor e o mais central.
Edição Costa & Cª, Lda, Luso. Exemplar não circulado.

sábado, 23 de julho de 2011

domingo, 17 de julho de 2011

"Resgate da dívida de Portugal tem sido bom negócio para Alemanha"

In JN online, com a devida vénia

"Resgate da dívida de Portugal tem sido bom negócio para Alemanha
10h11m
Os resgates das dívidas de Portugal e da Irlanda têm sido um bom negócio para os países que lhes concederam garantias, disse este domingo o presidente do Fundo Europeu de Estabilização Financeira, Klaus Regling, ao Frankfurter Allgemeine Zeitung.
"Até hoje, só houve ganhos para os alemães, porque recebemos da Irlanda e de Portugal juros acima dos refinanciamentos que fizemos, e a diferença reverte a favor do orçamento alemão", garantiu Regling.
Adiantou também: "é o prémio pelas garantias que a Alemanha, dá, só que os contribuintes alemães não acreditam"."
S E M CO-MEN-TÁ-RI-OS !
Leia e divulgue.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Bombeiros Voluntários de Amarante

Quem se lembra desta ambulância dos Bombeiros Voluntários de Amarante, matrícula LF-14-43? Anos 40?
Por detrás do Bilhete Postal tem a seguinte inscrição: "Os Bombeiros Voluntários de Amarante não podem dispensar o vosso auxílio".
Notável.

domingo, 10 de julho de 2011

"Viagem a Pascoaes" - Romance de António Cândido Franco

António Cândido Franco tem dedicado desde 1977 um aprofundado estudo à obra de Teixeira de Pascoaes, sendo actualmente uma das maiores "autoridades" na matéria. Neste seu romance, "Viagem a Pascoaes", Franco retoma os trilhos dessa obra ímpar da literatura portuguesa que é o "Duplo Passeio" de Teixeira Pascoaes, editado em 1942, em que o poeta faz em 1937 uma viagem na companhia de Ângelo César e de António Duarte que o levará a Travassos.
Franco refere a págs 47 que "Não se pode saber quem foi Teixeira de Pascoaes sem se saber de cor os parágrafos do "Duplo Passeio".
Voltaremos a esta leitura, ao "Duplo Passeio", "Á Beira num Relâmpago", e a este excelente livro de António Cândido Franco cuja leitura recomendo.

Fotografia de Eduardo Teixeira Pinto em Cascais

Revista "Tellus" nº 54

Acaba de sair a revista "Tellus", nº 54, Revista de cultura transmontana e duriense, dirigida pelo escritor A. M. Pires Cabral e editada pelo Grémio Literário Vila-Realense/Câmara Municipal de Vila Real.
Ao longo de 78 páginas, seis colaborações de vários quadrantes e temáticas:
-Maria Hercília Agarez, escreve sobre "Angola - Amor Impossível", de A. Passos Coelho;
-Ricardo Ferreira de Almeida sobre "A Festa do Carolo em Folhadela";
- José Ferreira Borges sobre "A feitura da louça de barro em Tourencinho";
- Manuel Cardoso sobre "José Carlos Ary dos Santos - As outras faces de um poeta";
- António Manuel Monteiro sobre "Produtos do olival - do sabor das paisagens olivícolas à eterna mania das azeitonas";
- e Manuel Tavares Teles escreve sobre "Camilo Castelo Branco - Correspondências do Periódico dos Pobres".
Parabéns aos seus responsáveis. Imperdível.

sábado, 9 de julho de 2011

Gago Coutinho e Sacadura Cabral

Capa de belíssimo livro de Menezes Ferreira em louvor da Viagem aérea de ligação entre Portugal e Brasil realizada em 1922 por Sacadura Cabral e Gago Coutinho.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Homenagem a Maria Eulália de Macedo

O Município de Amarante homenageia hoje a escritora, poetisa, pedagoga e cidadã exemplar, Maria Eulália de Macedo conferindo-lhe a Medalha de Honra do Município de Amarante.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Alberto Brandão, fotógrafo do Porto

Capa da Revista "Illustração Portugueza", colorida, de 5 de Setembro de 1910. "Sorrindo ao mar" - Cliché do amador Sr. A Brandão.
Tenho um BPI editado por Araújo & Sobrinho, antes de 1904, com este cliché do fotógrafo do Porto Alberto Marçal Brandão, "Sorrindo ao mar", mas não me recordava desta capa da Illustracção Portugueza, colorida, de 5 de Setembro de 1910.

Lindo!

A. Brandão, nome com que assinava os seus trabalhos, colaborou com editores de BPI's como Estrela Vermelha, J.P. da Conceição, Araújo & Sobrinho e Grandes Armazéns Hermínios.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Casa-Estúdio Carlos Relvas - Imperdível

A Casa-Estúdio Carlos Relvas, situada no centro da Golegã, é considerada o "Templo da Fotografia". Edificada entre 1871 e 1875, foi realizada com o fim único de celebrar e desenvolver a actividade fotográfica.
Melhor que dizer, para quem gosta de arte, história, arquitectura e fotografia, impõe-se uma visita. Imperdível!

Economia, política, e afins...

Dantes, aprendia-se que os mercados tinham sempre razão e que a oferta e a procura tendiam a equilibrar-se.
Depois do que temos visto nos últimos tempos, será que esta máxima continua a ser válida? Ou será que a coberto da palavra "mercados" outra actividade, mais aventureira e especulativa, se movimenta?
E quem poderá pôr ordem nisto?
E quanto pessoas, empresas, instituições e, até, países terão que cair até que a "boa ordem" volte?

sábado, 2 de julho de 2011

Biografia - José Régio

Bilhete postal ilustrado "José Régio - Capa do Livro "Biografia", edição de "A Presença", 1929. Edição de "A Cidade", Revista Cultural de Portalegre, 1984. Exemplar não circulado.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Quantos somos em Portugal?

Segundos os dados preliminares do Censos 2011, quantos somos, (ou estamos), em Portugal?
População Residente: 10.555.853
Famílias: 4.079.577
Alojamentos: 5.879.845
Edifícios: 3.550.823.
Segundo estes dados do INE, verificou-se um ligeiro crescimento de 1,9%, relativamente a 2001, da população residente e de 3,2% da população presente.
Lisboa perdeu 3,4% da sua população contra os 9,7% do Porto.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Bragança - Centro Republicano

Excelente, um dos melhores, bilhetes postais ilustrados do primeiro quartel do século XX: "Bragança - Centro Republicano Emídio Garcia", edição de Adriano Rodrigues, Bragança. Sem data. Exemplar não circulado.

domingo, 26 de junho de 2011

Pedro Lamy nas 24 Horas de Nurburgring

A 2 horas e 20 minutos do final das 24 Horas de Nurburgring, Pedro Lamy ocupa a 2ª posição.

Miguel de Unamuno

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Lamy "em dobro" nas 24 Horas de Nurburgring

Pedro Lamy terá tarefa a dobrar na edição deste ano das 24 Horas de Nürburgring, na Alemanha. Em virtude do abandono forçado de Andy Priaulx (que se submeteu a uma cirurgia), o piloto luso irá pilotar os dois carros da BMW na mítica e exigente prova de resistência no 'Inferno Verde'.
Assim, Lamy dará o seu contributo tanto no carro de Augusto Farfus, Jorg Müller, Uwe Alzen como no de Dirk Müller, Dirk Wener e Dirk Adorf, pelo que, no limite, pode conseguir uma dobradinha histórica.
Recorde-se que Pedro Lamy conta com 4 vitórias no traçado alemão e que recentemente foi vítima de uma "manobra" estranha nas 24 Horas de Le Mans por parte da equipa Peugeot que lhe limitou a participação.
Hoje foi dia de treinos e os dois BMW de Lamy conseguiram o 4º e 5º tempo.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Praça de touros da Rua da Alegria

Bilhete postal ilustrado "Praça de Touros da Rua da Alegria - 1909". Colecção Porto Desaperecido. Exemplar não circulado.

Real Coliseu Portuense

BPI "Real Coliseu Portuense (Praça de Touros) 1889-1894, Situada na Rotunda da Boavista (lado sul) e inaugurada no dia 28 de Julho de 1889. Gravura rep. da famosa Revista "O Tripeiro". Sem data. Exemplar não circulado.

André Villas Boas no Chelsea

Porque a água não passa duas vezes debaixo da mesma ponte. Força, André. Força, Portugal.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Manuel d' Assumpção 1926-1969

Manuel Trindade D'Assumpção nasceu e morreu em Lisboa.
Iniciou a sua aprendizagem artística com seu pai e com o pintor Manuel Barrias. Em 1947 parte para Paris, onde estudou com Fernand Léger, tendo estudado depois História Geral de Arte com Jean Cassou (1949-50).
Conheceu Atlan e Raimund Hains, pintores líricos, antes de voltar para Lisboa, onde contactou com António Maria Lisboa, cuja morte, em 1953, muito o impressiona.
Isola-se em Portalegre, onde realizou para um café local um quadro, "Último Bailado" - Homenagem a Paul Éluard (1955), depois de numerosos quadros surrealistas que desapareceram.
Em 1958 regressa a Lisboa e expõe no Salão de Outono da S.N.B.A., atraindo as atenções do público mais esclarecido.
No mesmo ano é premiado em Vila Real, sendo-lhe adquirido um quadro para o Museu de Arte Contemporânea.
A sua pintura de 1958 apresenta grandes arquitecturas abstractas retalhadas, onde os contrastes de cores e de valores luminosos sugerem dinamicamente uma profundidade pura. Trata-se, numa primeira aproximação, de uma pintura cujo espaço ambíguo está próximo do da pintura da Escola de Paris, nomeadamente a de Alfred Mannessier e a de Bertholle, não sendo porém alheia a uma ambição surrealista de um Paalen. Em breve esta ambição do surreal leva D'Assumpção a conjugar estas arquitecturas com grandes figuras transparentes de intenção cabalística ou com sugestões de esferas e planos dinâmicos, em alusão simbólica ao cosmos. Alguns títulos são indicativos desta ambição poética: Génesis (1958), Mística (1958), Espaço-Deus (1960), etc.
Em 1950, escreveu: "Quem disser que eu sou um artista está enganado. A pintura que faço não é minha, mas obra de um enorme Deus, que eu não vejo e que raramente cai em mim." Mais tarde, dizia aos seus amigos: "Pense bem, não é artista quem quer, embora todos tenham a liberdade de o querer; só é artista quem e'".
Bem apetrechado tecnicamente e vivendo quotidianamente o desespero da sua ambição criadora, D'Assumpção impressionou fortemente alguns pintores e poetas, mas o seu convívio difícil aumentou a sua solidão. Em 1969 suicidou-se.

domingo, 19 de junho de 2011

Amadeo de Souza-Cardoso - "Mére et Enfant"

"Mére et Enfant" é o quinto dos XX Desenhos de Amadeo de Souza-Cardoso. Uma excelente forma de terminar este dia, rendendo uma homenagem a todos os amigos destas Margens, os perto e os de longe, os que acabam de chegar desde Terras de Vera Cruz, ao novo rebento em NY, e aos que partem para novas missões já a partir de amanhã. Fiquem bem, fiquem com Amadeo.
Bilhete postal ilustrado editado em 1968 por ocasião do cinquentenário da morte de Amadeo, pela CR Turismo da Serra do Marão.

Complexo Mineiro Romano de Tresminas - Vila Pouca de Aguiar

O Complexo Mineiro Romano de Tresminas, em Vila Pouca de Aguiar, foi uma das mais importantes explorações de ouro do Império Romano, tendo permanecido até aos nossos dias extraordinariamente bem conservado, o que motivou a sua classificação como imóvel de interesse público. A exploração terá sido feita pelo sistema de cortes a céu aberto. Transversalmente à orientação do filão, foi aberto um complexo sistema de galerias subterrâneas para transporte, escoamento e tratamento dos minérios.
Existe um Centro Interpertativo na aldeia de Tresminas que merece uma visita.